Medo não pára a greve geral

A ad­mi­nis­tração da Carris está com medo da greve geral, ad­mitiu no dia 17 a Fec­trans/​CGTP-IN, numa nota em que re­velou que a em­presa «está a a tentar ali­ciar tra­ba­lha­dores, que estão de folga no pró­ximo dia 22, para irem tra­ba­lhar no dia da greve geral, pa­gando-lhes a 100 por cento, o que não fazem nos ou­tros dias ale­gando as ori­en­ta­ções do Go­verno».

Como um dos ob­jec­tivos da luta na trans­por­ta­dora é a re­po­sição das normas do Acordo de Em­presa quanto ao tra­balho ex­tra­or­di­nário ou em dia de des­canso, a ati­tude da ad­mi­nis­tração «vem de­mons­trar que isso é pos­sível» e que «afinal há di­nheiro». A fe­de­ração ques­tiona até se será pre­ciso que todos os dias haja greve na em­presa para que o AE seja cum­prido...

Na TAP, onde o Go­verno já aceitou abrir uma ex­cepção (in­su­fi­ci­ente, porque se mantêm os cortes nos sub­sí­dios de fé­rias e de Natal e ou­tros), a fe­de­ração de­nun­ciou uma «clara e pro­vo­ca­tória ile­ga­li­dade» dos ges­tores, que de­ci­diram exigir o pre­en­chi­mento de uma de­cla­ração pelos tra­ba­lha­dores que ten­ci­o­nassem aderir à greve geral. «Pelos vistos, o Go­verno e os ges­tores da TAP, mesmo de­pois da anun­ciada "ex­cepção", con­ti­nuam com medo que os tra­ba­lha­dores uti­lizem um di­reito cons­ti­tu­ci­onal em de­fesa dos seus di­reitos», co­mentou a Fec­trans.

O STAL/​CGTP-IN acusou, no dia 14, o pre­si­dente da Câmara Mu­ni­cipal do Porto de pro­curar in­ti­midar os bom­beiros sa­pa­dores, para não ade­rirem à greve geral. O sin­di­cato con­denou o facto de Rui Rio ter de­ci­dido, pre­ci­sa­mente nesta al­tura, sus­pender 12 bom­beiros que, na greve de 6 de No­vembro de 2010, foram mo­bi­li­zados para prestar ser­viços mí­nimos mas re­cu­saram varrer o chão, por en­ten­derem que tal ta­refa não seria ina­diável nem cor­res­pondia a uma emer­gência real.

O SITE Norte, da Fi­e­qui­metal/​CGTP-IN, re­velou no dia 14 que duas em­presas im­pe­diram reu­niões de tra­ba­lha­dores sobre a greve geral: a Siban Por­tugal (ex-Fa­pobol), no Min­delo (Vila do Conde), e a Pa­ra­celsia, no Porto. Em ambos os casos foi re­que­rida in­ter­venção da Au­to­ri­dade para as Con­di­ções do Tra­balho.



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