Para um grande 1.º de Maio

Luta a crescer

Pro­fes­sores apo­sen­tados reúnem-se hoje em en­contro na­ci­onal. Tra­ba­lha­dores não do­centes re­a­lizam amanhã um ple­nário frente ao MEC. Ontem foi dia de pro­testo dos guardas-flo­res­tais.

Pro­testos di­fe­rentes juntam-se contra a mesma po­lí­tica

Image 10190

Estas lutas são al­gumas das que con­fluem para a «grande jor­nada na­ci­onal de luta» que de­verá ser a co­me­mo­ração do Dia In­ter­na­ci­onal dos Tra­ba­lha­dores, como apelou o Con­selho Na­ci­onal da CGTP-IN, logo após a greve geral. A cen­tral apontou como ob­jec­tivos com­bater a ex­plo­ração e o em­po­bre­ci­mento, e exigir em­prego, sa­lá­rios, di­reitos, ser­viços pú­blicos e mu­dança de po­lí­tica. Também apelou a que os tra­ba­lha­dores e a po­pu­lação, em geral, par­ti­cipem ac­ti­va­mente nas co­me­mo­ra­ções po­pu­lares do 38.º ani­ver­sário da re­vo­lução de Abril.

O apelo está a ser con­cre­ti­zado nos sec­tores, entre-cru­zado com os mo­tivos es­pe­cí­ficos dos tra­ba­lha­dores. A Fec­trans, por exemplo, num co­mu­ni­cado para todo o sector de trans­portes e co­mu­ni­ca­ções, em dis­tri­buição desde se­gunda-feira, des­taca a rei­vin­di­cação sa­la­rial, re­jei­tando o ar­gu­mento da crise e dos sa­cri­fí­cios exi­gidos a quem tra­balha. «Em vez dos re­sul­tados anun­ci­ados, o que se ve­ri­fica é mais de­sem­prego, mais in­jus­tiças so­ciais e mai­ores pro­blemas para os tra­ba­lha­dores, en­quanto se vê que os grupos eco­nó­micos e fi­nan­ceiros acu­mulam lu­cros e con­cen­tram a ri­queza», nota a fe­de­ração.

De­fen­dendo que «para vencer a crise, o au­mento do sa­lário é um im­pe­ra­tivo na­ci­onal», a Fec­trans re­vela que vai «lançar em todas as em­presas a luta pelo cres­ci­mento dos sa­lá­rios», rei­vin­di­cando o mí­nimo de um euro por dia e 30 euros por mês. Nas em­presas do sector pú­blico, mantém-se a luta «contra os cortes e os roubos nos sa­lá­rios».

A este pro­pó­sito, o Sin­di­cato dos En­fer­meiros Por­tu­gueses in­surgiu-se contra «su­ces­sivas men­tiras», como se viu no epi­sódio do «lapso» do mi­nistro das Fi­nanças, quando o Go­verno veio «emendar» o prazo de vi­gência dos cortes in­cluídos no Or­ça­mento de 2012 e que, afinal, se vão es­tender até 2015. «Até quando o Go­verno vai con­ti­nuar a pe­na­lizar os tra­ba­lha­dores da Ad­mi­nis­tração Pú­blica e os en­fer­meiros?», per­gunta o SEP/​CGTP-IN, re­cor­dando o con­ge­la­mento de pro­gres­sões, desde 2005; os cortes nos sa­lá­rios, desde 2011; a re­ti­rada de parte do sub­sídio de Natal, em 2011; a re­ti­rada dos sub­sí­dios de Natal e de fé­rias, em 2012 (e até 2015, em vez de 2013); a não ac­tu­a­li­zação dos es­ca­lões de IRS; a ine­xis­tência de au­mentos sa­la­riais; os cortes nas horas ex­tra­or­di­ná­rias e su­ple­mentos; as tran­si­ções de car­reiras sem au­mentos sa­la­riais.

Contra «uma po­lí­tica de Re­cursos Hu­manos que não dig­ni­fica os tra­ba­lha­dores, fo­menta a pre­ca­ri­e­dade e põe em causa o bom fun­ci­o­na­mento das es­colas», a Fe­de­ração Na­ci­onal dos Sin­di­catos da Função Pú­blica con­vocou para amanhã um ple­nário do pes­soal não do­cente. Os tra­ba­lha­dores co­meçam por con­cen­trar-se na es­tação de En­tre­campos, às 14 horas, e se­guem em des­file até ao Mi­nis­tério da Edu­cação, na Ave­nida 5 de Ou­tubro, para exi­girem res­posta a um ca­derno rei­vin­di­ca­tivo ali en­tregue «há largos meses», como re­fere a FNSFP/​CGTP-IN.

In­te­grados no SEPNA da GNR em Maio de 2006, os guardas-flo­res­tais de­ci­diram deixar ontem, no co­mando-geral da­quela força e nos mi­nis­té­rios da Ad­mi­nis­tração In­terna e das Fi­nanças, a sua rei­vin­di­cação de re­po­sição do vín­culo pú­blico de no­me­ação (re­ti­rado em Agosto de 2010) e a dig­ni­fi­cação do es­ta­tuto pro­fis­si­onal. Ao con­firmar a re­a­li­zação deste pro­testo, a FNSFP re­alça que os cerca de 420 guardas-flo­res­tais são «os únicos pro­fis­si­o­nais com a for­mação e ex­pe­ri­ência ade­quadas para a pro­tecção do pa­tri­mónio flo­restal, ci­ne­gé­tico e pis­cí­cola». No en­tanto, re­cen­te­mente, o se­cre­tário de Es­tado da Ad­mi­nis­tração In­terna e o co­mando-geral da GNR vi­eram pôr em causa o seu es­ta­tuto de agentes de um órgão de po­lícia cri­minal.

 

Image 10191

Apo­sen­tados rei­vin­dicam

 

Aprovar um ca­derno rei­vin­di­ca­tivo dos do­centes apo­sen­tados é o ob­jec­tivo da Fen­prof para a ini­ci­a­tiva que re­a­liza hoje, em Lisboa, com a par­ti­ci­pação de re­pre­sen­tantes de or­ga­ni­za­ções con­gé­neres de Es­panha, França e Grécia. Na si­tu­ação dos pro­fes­sores e edu­ca­dores apo­sen­tados, a fe­de­ração sa­li­enta «uma pro­gres­siva des­va­lo­ri­zação ma­te­rial, im­posta por po­lí­ticas de su­ces­sivos go­vernos, com par­ti­cular des­taque para as do ac­tual», por via de me­didas como o con­ge­la­mento das pen­sões, os cortes dos sub­sí­dios de fé­rias e de Natal, o peso acres­cido da carga fiscal ou o agra­va­mento do factor de sus­ten­ta­bi­li­dade para o cál­culo do valor das pen­sões.

Para exigir que o Banco de Por­tugal cumpra a sua obri­gação e pague os 13.º e 14.º meses aos seus re­for­mados e pen­si­o­nistas, como es­ti­pula o Acordo de Em­presa, o Sin­di­cato dos Tra­ba­lha­dores da Ac­ti­vi­dade Fi­nan­ceira con­vocou uma con­cen­tração para hoje, entre as 12.30 e as 13.30 horas, junto à sede da ins­ti­tuição, na Ave­nida Al­mi­rante Reis. O pa­ga­mento, su­blinha o Sintaf/​CGTP-IN, in­cumbe ao fundo de pen­sões, que está de­vi­da­mente apro­vi­si­o­nado, e não re­sulta em qual­quer en­cargo para a Se­gu­rança So­cial ou o Or­ça­mento do Es­tado.



Mais artigos de: Trabalhadores

O contrato vale a luta

A Fe­sete/​CGTP-IN con­vocou uma ma­ni­fes­tação na Co­vilhã, para con­testar o ataque do Go­verno aos con­tratos co­lec­tivos e exigir dos pa­trões res­peito pelos di­reitos e novos sa­lá­rios para este ano.

O mês não espera

As pro­messas das em­presas não servem para pagar contas, pelo que só resta aos tra­ba­lha­dores mo­bi­li­zarem-se e lu­tarem para re­ce­berem a tempo e horas a re­mu­ne­ração de­vida pelo tra­balho feito.

Nas ruas com Abril

«Retomar os ideais de Abril é o caminho para um Portugal justo e solidário», afirma a Fectrans, apelando a uma forte participação dos trabalhadores dos transportes e comunicações nas iniciativas de comemoração do 25 de Abril, a que atribui particular...

CESP defende 1.º de Maio

O Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal apresentou um pré-aviso de greve para 1 de Maio, de modo a permitir que possam não comparecer ao serviço os trabalhadores dos estabelecimentos das cadeias que pretendem ter as portas abertas no feriado....

Intimidação repudiada na <i>Portucel</i>

A União dos Sindicatos de Setúbal e o SITE Sul repudiaram, numa nota conjunta, «todas e quaisquer tentativas de intimidação a membros da sua estrutura». A posição foi tomada a propósito da deslocação de dois agentes da PSP à Portucel e ao...