Protesto histórico na República Checa

Governo: rua

De­zenas de mi­lhares de checos ma­ni­fes­taram-se, dia 22, exi­gindo a de­missão do go­verno de Petr Necas, numa acção com di­men­sões iné­ditas nas úl­timas duas dé­cadas.

Checos re­cusam po­lí­ticas de aus­te­ri­dade

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Se­gundo cál­culos da po­lícia, os ma­ni­fes­tantes ci­fraram-se entre 80 mil e 90 mil. Tra­ba­lha­dores, es­tu­dantes, pen­si­o­nistas des­fi­laram de vá­rios pontos da ca­pital até à Praça de Ven­ceslau, no centro de Praga.

Esta foi a ter­ceira grande ma­ni­fes­tação con­vo­cada pelos sin­di­catos contra as duras me­didas de aus­te­ri­dade, que estão a des­truir os ser­viços pú­blicos e o sis­tema de se­gu­rança so­cial.

O pro­testo re­a­lizou-se num mo­mento em que a co­li­gação de centro-di­reita en­frenta sé­rias di­fi­cul­dades para so­bre­viver e se previa a con­vo­cação de elei­ções an­te­ci­padas.

No poder desde 2010, go­verno de Petr Necas so­freu um sério revés, dia 17, com a de­sin­te­gração do par­tido cen­trista dos As­suntos Pú­blicos, na sequência da con­de­nação por cor­rupção de um des­ta­cado di­ri­gente.

Di­versos mem­bros, in­cluindo a sua líder e vice-pri­meira-mi­nistra, Ka­ro­lina Peake, de­ci­diram aban­donar aquela for­mação e ad­mitem formar um outro grupo par­la­mentar.

Em­bora sendo o mais pe­queno par­tido da co­li­gação, os seus 24 de­pu­tados são es­sen­ciais para a ma­nu­tenção da mai­oria de 118 lu­gares, num total de 200.

O pri­meiro-mi­nistro ad­mitiu a con­vo­cação de elei­ções an­te­ci­padas caso a co­li­gação de três par­tidos, onde se in­cluem os De­mo­cratas Cí­vicos, Petr Necas, e o TOP 09, não con­siga manter a ac­tual mai­oria par­la­mentar. Nessa si­tu­ação, «a so­lução certa será con­vocar elei­ções an­te­ci­padas para Junho», con­si­derou o chefe do go­verno.

A perda de apoio so­cial acen­tuou-se com o agra­va­mento da si­tu­ação eco­nó­mica e a in­sis­tência do go­verno de re­duzir o dé­fice pú­blico de 3,5 para três por cento, ig­no­rando o au­mento do de­sem­prego, que já atinge 8,9 por cento da po­pu­lação ac­tiva, e o facto de a eco­nomia ter en­trado em re­cessão.



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