Líbia

Violência perdura

O Ministro do Interior da Líbia demitiu-se na sequência das críticas do parlamento ao laxismo das autoridades perante a violência no país. Fawzi Abdelali diz ter abandonado o governo para defender as forças de segurança, recompostas com base nos grupos armados que combateram ao lado da NATO durante a agressão imperialista.

Os parlamentares acusam Abdelali e o novo executivo de serem coniventes com a acção das milícias. A gota de água terá sido a destruição de duas mesquitas sufistas (corrente islâmica associada ao misticismo) em Ziltan e Tripoli.

Na capital líbia, a mesquita foi cercada por homens armados e arrasada por bulldozers. No edifício estavam depositados os restos mortais de um reputado académico islâmico do século XV. A biblioteca contígua foi igualmente destruída.

O primeiro-ministro defendeu, perante o Congresso Nacional, que as forças de segurança cumpriram o seu papel com eficácia, e instou o hemiciclo a aprovar legislação contra o porte de armas e a destruição de património histórico e cultural.

A Reuters noticia que um alto quadro do Ministério do Interior autorizou a destruição da mesquita sufista de Tripoli e que entre os dirigentes líbios muitos partilham a crença de que aquela corrente religiosa pratica magia negra.

Paralelamente, as autoridades líbias afirmam ter capturado dezenas de milicianos pró-kadafi e um vasto arsenal nos arredores de Tripoli – 100 tanques e 30 lança-granadas, de acordo com a Europa Press.

O governo líbio aproveitou a ocasião para reiterar as acusações às milícias pró-Kadafi, responsabilizando-as pelo duplo atentado que, no passado dia 19, vitimou duas pessoas e feriu outras três em Tripoli.

O atentado terá tido como alvos os edifícios do Ministério do Interior e dos Serviços de Segurança, bem como um centro de detenção gerido por grupos de ex-combatentes.

Num trabalho recentemente publicado pela Inter Press Service, a jornalista Mel Frykberg constatou que a proliferação de células político-militares contrárias à ordem instituída após a agressão imperialista é uma hipótese plausível.

Frykberg terá conseguido furar o apertado controlo que as autoridades impuseram aos jornalistas, e conversou com um suposto partidário de Kadafi, que garante que as células clandestinas estão a preparar-se para a contra-revolução.



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