Terror israelita
Os soldados envolvidos na ocupação dos territórios palestinianos aterrorizam a população, não distinguindo sequer entre crianças e adultos.
Uma patrulha entra num povoado e provoca o inferno
A denúncia consta de um relatório elaborado pela organização «Rompendo o Silêncio», constituída em 2004 por ex-militares israelitas. De acordo com as dezenas de testemunhos incluídos no texto apresentado esta semana – todos de militares que serviram na Cisjordânia entre 2005 e 2011 –, práticas como a adulteração de balas de borracha (retirada do invólucro ou fragmentação do projéctil para lhe conferir mais força e precisão, tornando-as letais), disparos a curta distância e para áreas vitais do corpo humano, são correntes e admitidas pelas chefias do exército.
Outros relatos confirmam como habituais o lançamento de granadas de gás para dentro de mesquitas, a destruição de lojas e casas para «matar o tédio», ou a detenção, por longas horas, e a provocação deliberada de crianças.
O único objectivo destes actos é desencadear uma reacção adversa alargada, como manifestações ou o arremesso de pedras, as quais, por sua vez, servem de justificação para a imposição de castigos contra toda a população da zona e a realização de mais prisões.
«Uma patrulha entra num povoado e provoca o inferno», admitiu uma das testemunhas citadas, para quem o propósito destas missões é fazer sentir aos palestinianos que «não pertencem àquele território» e que «não são eles que mandam».
Espancamentos públicos são igualmente frequentes, bem como emboscadas a crianças e adolescentes e sovas reiteradas aos mesmos indivíduos, visando quebrar a sua insubmissão e resistência.
«Embora os dados não sejam surpreendentes», pelo contrário, «estes relatos eram até previsíveis», «fica claro que os soldados não distinguem crianças de adultos» e que «um exército que se comporta desta maneira durante uma ocupação é imoral», considerou o ex-sargento Yehuda Shaul, responsável da ONG.