Desemprego não pára

Nos concelhos industrializados do Vale do Sousa, o número de desempregados aumentou mais de 21 por cento desde o início do ano, revelou dia 20 a agência Lusa. Citando dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), relativos a Agosto, refere que Paços de Ferreira registou a maior subida: 27,99 por cento. Na malha industrial do interior do distrito do Porto (que inclui ainda os concelhos de Paredes, Lousada, Penafiel e Felgueiras) estavam registadas mais de 25 mil pessoas sem trabalho. Em Paços de Ferreira e Paredes, que representam cerca de 80 por cento da indústria do mobiliário, encontra-se mais de metade daqueles inscritos nos centros do IEFP. Segundo o presidente da Associação Empresarial de Paredes, há uma quebra de 50 por cento, de 2011 para 2012, no volume de facturação deste sector no mercado interno, o que provoca «insolvências em catadupa».

Em Coimbra, os desempregados inscritos já eram mais de 26 mil, segundo os números de Agosto do IEFP, o que reflecte um aumento descontrolado, alertou dia 21 a estrutura distrital da Intersindical. Na nota que enviou à imprensa, a União dos Sindicatos de Coimbra destaca a variação homóloga de 38,2 por cento, muito acima do indicador nacional (26,3 por cento), o que mantém o distrito em segundo lugar, quanto ao aumento percentual de desemprego no intervalo de um ano. Aos 18 170 inscritos em Agosto de 2011 somaram-se mais 8184.
Estes dados «vêm confirmar os receios, alertas e acções da USC/CGTP-IN».

O Movimento dos Trabalhadores Desempregados vai realizar amanhã, às 9 horas, em Almada, junto ao IEFP (na Rua D. João IV), uma reunião pública sob o lema «O trabalho com direitos não é um privilégio – Contra as troikas e o desemprego, a luta é o caminho». Numa nota de imprensa, o núcleo concelhio do MTD aponta o crescente desemprego, que já afecta mais de um milhão e 300 mil pessoas, como «o maior flagelo nacional», a que Almada não fica imune.

No dia 5 de Outubro, nos distritos de Braga e Faro, inicia-se a «Marcha Contra o Desemprego, Por um Portugal Com Futuro», promovida pela CGTP-IN, que procura envolver «os desempregados, os jovens à procura do primeiro emprego, os trabalhadores que perderam os postos de trabalho devido ao encerramento das empresas e que continuam há anos a aguardar o pagamento dos créditos que lhes são devidos (salários em atraso e indemnizações); os que se encontram com salários em atraso e sujeitos ao lay-off; os das empresas em perigo de encerramento». Até dia 13, sucedem-se iniciativas nas várias regiões.




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