Lutar também contra a mentira

Apelo reforçado para sábado

Numa al­tura em que se mul­ti­plicam as reu­niões, ple­ná­rios e con­tactos in­for­mais, para que mais tra­ba­lha­dores par­ti­cipem na ma­ni­fes­tação no Ter­reiro do Paço, a CGTP-IN veio repor a ver­dade acerca dos cortes nos sub­sí­dios.

O Go­verno não vai de­volver nada

Image 11570

A cen­tral di­vulgou an­te­ontem uma nota sobre as de­cla­ra­ções do pri­meiro-mi­nistro, entre ou­tras, re­la­tivas a al­gumas me­didas em dis­cussão na reu­nião de se­gunda-feira do Con­selho Per­ma­nente de Con­cer­tação So­cial, já que tais afir­ma­ções «terão pro­vo­cado al­guns erros de in­ter­pre­tação junto da po­pu­lação», como se ve­ri­ficou pelos pe­didos de es­cla­re­ci­mento che­gados à CGTP-IN.

O Go­verno «está a fazer um jogo de pa­la­vras, para en­ganar os por­tu­gueses, aos quais roubou os sub­sí­dios de fé­rias e de Natal de 2012» e «mente», quando fala em de­volver, porque «não vai de­volver coisa ne­nhuma». O que Passos Co­elho quer dizer «é, sim­ples­mente, que em 2013 pre­tende so­negar um sub­sídio, dos dois que tinha de­ci­dido re­tirar», de­cisão que o Tri­bunal Cons­ti­tu­ci­onal anulou por in­cons­ti­tu­ci­o­na­li­dade.

«Em cir­cuns­tância al­guma o Go­verno prevê de­volver, de facto, os va­lores rou­bados», sa­li­enta a CGTP-IN, que con­si­dera «uma afronta aos tra­ba­lha­dores» o facto de o Go­verno se per­mitir, «a pro­pó­sito de uma ma­téria sen­sível e vital, lançar a con­fusão e criar falsas ex­pec­ta­tivas junto dos tra­ba­lha­dores, re­for­mados e pen­si­o­nistas, atin­gidos por tal me­dida no cor­rente ano».

«O Go­verno deve es­cla­recer de forma ri­go­rosa esta questão e abster-se de tais ma­ni­pu­la­ções, na ten­ta­tiva de su­a­vizar as me­didas que se pre­para para impor nos pró­ximos tempos», exige a In­ter­sin­dical.

No quadro do es­forço co­lec­tivo de mo­bi­li­zação para a ma­ni­fes­tação na­ci­onal de sá­bado, no Ter­reiro do Paço, a CGTP-IN in­formou que o seu Se­cre­tário-geral iria par­ti­cipar em ple­ná­rios de tra­ba­lha­dores nos dis­tritos de Braga (ontem) e Cas­telo Branco (hoje).

Porto

A União dos Sin­di­catos do Porto rei­terou an­te­ontem o apelo à par­ti­ci­pação de todos na ma­ni­fes­tação na­ci­onal de sá­bado, bem como nas ac­ções do dia na­ci­onal de luta, a 1 de Ou­tubro, e na «Marcha Contra o De­sem­prego, Por um Por­tugal Com Fu­turo», que ar­ranca no dia 5 e vai per­correr o dis­trito nos dias 6 e 7.

«Só através da luta é que é pos­sível al­terar esta si­tu­ação de des­graça na­ci­onal, para onde nos tem vindo a em­purrar a po­lí­tica de di­reita», de­clarou João Torres, da Co­missão Exe­cu­tiva da CGTP-IN e co­or­de­nador da USP, após uma reu­nião com a Di­recção da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal do Porto do PCP.

Aos jor­na­listas, o di­ri­gente sin­dical ex­plicou que o pe­dido de reu­nião com o PCP re­pre­sentou um en­contro «com al­guém que par­tilha muito da­quilo que são os nossos pro­blemas». «Há uma grande sin­tonia re­la­ti­va­mente a isto e a nossa fe­li­ci­dade é poder contar com um par­tido como este, um par­tido que sente e sofre com os pro­blemas dos tra­ba­lha­dores», disse João Torres, ci­tado pela agência Lusa, acres­cen­tando que, por poder contar com o PCP, a CGTP-IN se sente «muito mais forte para de­sen­volver o seu tra­balho».

Bel­miro Ma­ga­lhães, da DORP, in­formou que na reu­nião foi abor­dada a si­tu­ação eco­nó­mica e so­cial no dis­trito do Porto e no País, um e outro «ví­timas de uma po­lí­tica de de­sastre na­ci­onal», re­a­fir­mando que «im­porta pôr fim a este ciclo vi­cioso de re­cessão eco­nó­mica».




Mais artigos de: Trabalhadores

O capital deve pagar

De­pois de re­cuar nas al­te­ra­ções da Taxa So­cial Única, o Go­verno pre­para novas me­didas com o mesmo ob­jec­tivo. A CGTP-IN propôs al­ter­na­tivas e re­a­firmou o apelo à in­ten­si­fi­cação da luta, este sá­bado, no Ter­reiro do Paço.

Portugal sem portos

A al­te­ração do re­gime la­boral do sector ma­rí­timo-por­tuário, de­sen­ca­deada pelo Go­verno com apoio de pa­trões e es­tru­turas da UGT, lançou o alarme e teve res­posta firme dos tra­ba­lha­dores, que levou à pa­ra­li­sação do sector.

Com luta é possível

Os tra­ba­lha­dores do dis­trito de Se­túbal não se têm re­sig­nado, pe­rante a ofen­siva dos go­vernos e do ca­pital, e con­se­guiram re­sul­tados que foram va­lo­ri­zados dia 21, no 9.º Con­gresso da União dos Sin­di­catos.

Sonoro protesto em Belém

Durante a tarde e a noite de sexta-feira, dia 21, vários milhares de pessoas manifestaram-se frente ao Palácio de Belém, enquanto ali decorria a reunião do Conselho de Estado. A iniciativa partiu dos promotores das manifestações «Que se lixe a...

Cavaco apupado em Évora

O PR foi recebido em Évora, na sexta-feira, pelos protestos de cerca de 300 trabalhadores da Administração Pública e de empresas privadas. Respondendo ao apelo da estrutura distrital da CGTP-IN, concentraram-se junto às instalações da Embraer, que Cavaco Silva foi...

Quem afundou <br>a <i>Cerâmica de Valadares</i>?

O fim, para o qual a Cerâmica de Valadares parece caminhar, tem responsáveis bem identificados que contribuíram largamente para afundar uma fábrica com mais de 90 anos de história e aniquilar mais de 300 postos de trabalho – afirma a Comissão...

Desemprego não pára

Nos concelhos industrializados do Vale do Sousa, o número de desempregados aumentou mais de 21 por cento desde o início do ano, revelou dia 20 a agência Lusa. Citando dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), relativos a Agosto, refere que Paços de Ferreira...