Julgamento de Álvaro Cunhal recriado no teatro

«Um dia os réus serão vocês»

As co­me­mo­ra­ções do cen­te­nário do nas­ci­mento de Álvaro Cu­nhal estão a as­sumir di­versas ex­pres­sões em todo o País.

Es­treia a 25 de Abril uma peça ba­seada na de­fesa de Álvaro Cu­nhal

O sub-sector da Cul­tura Li­te­rária do Sector In­te­lec­tual de Lisboa do Par­tido re­a­lizou, dia 14, mais uma sessão das suas «Quintas com Le­tras», desta feita tendo por tema fun­da­men­tal­mente as ver­tentes li­te­rá­rias de uma peça te­a­tral ba­seada no dis­curso de Álvaro Cu­nhal pe­rante o Tri­bunal Ple­nário fas­cista em 1950. A peça, a es­trear no Te­atro Mu­ni­cipal Jo­a­quim Be­nite, em Al­mada, no dia 25 de Abril, in­tegra a pro­gra­mação cen­tral das co­me­mo­ra­ções do cen­te­nário do nas­ci­mento de Álvaro Cu­nhal.

Os par­ti­ci­pantes con­vi­dados (Ro­drigo Fran­cisco, di­rector da Com­pa­nhia de Te­atro de Al­mada; e Luís Vi­cente, actor e di­rector da Com­pa­nhia ACTA, do Al­garve), num diá­logo muito in­te­rac­tivo com uma pla­teia de duas de­zenas de pes­soas, su­bli­nharam a di­fi­cul­dade de pôr em cena uma per­so­na­li­dade ímpar da po­lí­tica na­ci­onal e in­ter­na­ci­onal. Álvaro Cu­nhal, dis­seram, foi si­mul­ta­ne­a­mente um pro­sador neo-re­a­lista po­de­roso, com uma prosa mais ci­ne­ma­to­grá­fica do que a de He­mingway; um ar­tista e um es­teta cri­a­tivo, que deixou uma marca rara da vida clan­des­tina e da luta do povo por­tu­guês contra a di­ta­dura e a vi­o­lência da opressão sa­la­za­rista.

Os dois cri­a­dores de­ta­lharam a exi­gente di­fi­cul­dade de passar à cena a fi­gura de um herói do pen­sa­mento e da acção, ainda tão vivo nas me­mó­rias e re­cor­da­ções dos muitos que com ele vi­veram e tra­ba­lharam, de transpôr para o palco a per­so­na­li­dade ca­ti­vante de com­pre­ensão, hu­ma­nismo e sen­si­bi­li­dade de Álvaro Cu­nhal. Da parte dos pre­sentes, vi­eram in­for­ma­ções mais pre­cisas sobre as con­di­ções pri­si­o­nais, a con­cepção do Al­jube e da Pe­ni­ten­ciária do Alto do Parque Edu­ardo VII, traços da per­so­na­li­dade e da vida do mi­li­tante e ar­tista Álvaro Cu­nhal, num diá­logo que se pro­longou por duas horas e só foi in­ter­rom­pido por com­pro­missos as­su­midos an­te­ri­or­mente pelos con­vi­dados.

O Par­tido com Pa­redes de Vidro

Mais de 70 pes­soas par­ti­ci­param, dia 15, num de­bate pú­blico sobre a obra de Álvaro Cu­nhal, «O Par­tido com Pa­redes de Vidro», re­a­li­zado na Casa da Cul­tura de Santa Iria da Azóia. O tema foi lan­çado por Luísa Araújo, do Se­cre­ta­riado do Co­mité Cen­tral do PCP, se­guindo-se vá­rias in­ter­ven­ções dos par­ti­ci­pantes va­lo­ri­zando o papel de Álvaro Cu­nhal e do Par­tido na cons­trução e con­so­li­dação das con­quistas de Abril, bem como o papel de­ci­sivo que cabe aos co­mu­nistas e ao seu Par­tido na al­te­ração da ac­tual si­tu­ação do País. Foi ainda sa­li­en­tada a ne­ces­si­dade de levar aos jo­vens a acção, o pen­sa­mento e a luta de Álvaro Cu­nhal, e de lhes de­mons­trar a ac­tu­a­li­dade do pro­jecto co­mu­nista.

A fe­char o de­bate, a di­ri­gente do Par­tido re­alçou a im­por­tância ful­cral do apro­fun­da­mento do es­tudo teó­rico como con­tri­buição in­dis­pen­sável para a for­mação po­lí­tica e ide­o­ló­gica de cada mi­li­tante, sa­li­en­tando a forma como Álvaro Cu­nhal en­ca­rava esta ver­tente do tra­balho re­vo­lu­ci­o­nário dos co­mu­nistas.



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