Novos militantes falam ao Avante!

Tomar Partido

O PCP, temo-lo dito e re­dito, é um par­tido di­fe­rente dos que são todos iguais. A prová-lo está a sua his­tória, a sua na­tu­reza, o seu fun­ci­o­na­mento, os seus ob­jec­tivos, o seu pro­jecto e so­bre­tudo os seus mi­li­tantes: aqueles mi­lhares e mi­lhares de ho­mens, mu­lheres e jo­vens que, ao longo de ge­ra­ções, deram o me­lhor de si à luta dos tra­ba­lha­dores e do povo, com uma de­di­cação e em­penho sem pa­ra­lelo em ne­nhuma outra força po­lí­tica.

Hoje, numa si­tu­ação par­ti­cu­lar­mente di­fícil para os tra­ba­lha­dores e para o povo, em que tantas e tão grandes ame­aças pairam sobre o nosso devir co­lec­tivo, é com a mesma ge­ne­ro­si­dade e em­penho que mi­lhares e mi­lhares de pes­soas se juntam ao Par­tido, prontos a dar o seu tempo, as suas ener­gias, a sua in­te­li­gência e as suas ca­pa­ci­dades ao Par­tido, ou seja, à causa da eman­ci­pação dos tra­ba­lha­dores. 

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Márcio Guerra, de Viseu, tem 33 anos e é de­signer de co­mu­ni­cação. Tal como a sua com­pa­nheira, com quem tem uma filha bebé, está ac­tu­al­mente de­sem­pre­gado. Ambos ade­riram ao Par­tido muito re­cen­te­mente, no dia 12 de De­zembro do ano pas­sado, o mesmo em que, se­gundo a «pro­fecia», aca­baria o Mundo. «Queria morrer co­mu­nista e ins­crevi-me», iro­niza.

Mais a sério, conta que se de­cidiu juntar ao PCP por sentir que é «ne­ces­sária toda a nossa a força para ajudar a mudar o País. As me­didas do Go­verno afectam-nos a todos, di­recta ou in­di­rec­ta­mente, seja por via dos im­postos seja por via da des­truição da eco­nomia e da falta de em­prego – e eu sou uma das pes­soas afec­tadas por isso. Uma pessoa andou a es­tudar, in­vestiu di­nheiro e tra­balho na sua for­mação e não vê re­torno disso, quer ajudar o País e não o con­segue fazer. Estas po­lí­ticas têm que ser mu­dadas, Por­tugal pre­cisa de um outro rumo». Até à adesão ao PCP foi um curto passo: «O PCP é o par­tido que mais se adequa àquilo que eu quero para a so­ci­e­dade e foi por isso que aderi.»

Em Viseu, sa­li­enta Márcio, a «ge­ne­ra­li­dade das pes­soas é de di­reita, ou pelo menos vota à di­reita», mesmo que em muitos casos seja por des­co­nhe­ci­mento. Daí não ser de ad­mirar que o pre­con­ceito tenha exis­tido, mesmo para quem não foi criado numa fa­mília de di­reita, como é o caso. «Mesmo eu, que já me con­si­dero co­mu­nista há muito tempo, até o dizer pela pri­meira vez custou-me muito, pa­recia que a pa­lavra cus­tava a sair, por mais certo que es­ti­vesse da­quilo que de­fendia, e es­tava», acres­centou, ga­ran­tindo que esta foi a bar­reira mais di­fícil de transpor, mas que já está ul­tra­pas­sada há muito.

Na sua ainda curta mi­li­tância co­mu­nista, Márcio tem par­ti­ci­pado em di­versas ac­ções de pro­testo e luta, bem como nas reu­niões da Co­missão Con­ce­lhia de Viseu do Par­tido e na pre­pa­ração de di­versas ac­ti­vi­dades. Uma destas foi o grande al­moço re­a­li­zado em Viseu, com a pre­sença de Je­ró­nimo de Sousa.

Nestes seus breves meses como mi­li­tante do Par­tido, Márcio con­fessa ter apren­dido uma coisa muito im­por­tante: «somos todos po­lí­ticos, todos fa­zemos esse tra­balho de es­cla­recer os ou­tros, onde quer que seja.»

 

Nelson Mota é ope­rário me­ta­lúr­gico numa em­presa de si­na­li­zação de trân­sito. Re­si­dente no Sa­mouco, con­celho de Al­co­chete, tem 29 anos e aderiu ao Par­tido há menos de um ano, na­quela que foi uma opção cons­ci­ente e na­tural: «Sempre fiz questão de estar in­for­mado acerca das coisas mais im­por­tantes que se passam na nossa vida e, com o passar do tempo, co­mecei a sentir a ne­ces­si­dade de me en­volver um pouco mais. Sempre fui de es­querda e de­pois de al­guma pes­quisa per­cebi que não havia grandes dú­vidas e de­cidi en­trar para o PCP.» Se a sua opção teve muito de ra­ci­onal, os sen­ti­mentos e emo­ções também ti­veram o seu peso: «É pre­ciso lutar contra as in­jus­tiças que vemos no dia-a-dia, quer as sin­tamos nós pró­prios quer em nome das ou­tras pes­soas, que às vezes até vivem pior do que nós. Não con­sigo deixar de ter este sen­ti­mento e juntei-me ao PCP, que é o único par­tido que tem a força e tem his­tória, com um co­lec­tivo par­ti­dário ao qual mais ne­nhum se as­se­melha e que é o que vai ser capaz de dar a volta a isto».

Uma vez ins­crito, Nelson co­meçou a par­ti­cipar nos mo­vi­mentos de massas e, ao nível par­ti­dário, nas reu­niões da Co­missão de Fre­guesia e em ac­ções de dis­tri­buição de pro­pa­ganda no con­celho de Al­co­chete. Com a sua par­ti­ci­pação ac­tiva no Par­tido es­pera «ajudar a so­ci­e­dade, a nível local, é certo, mas os “ní­veis lo­cais” todos juntos ajudam a so­ci­e­dade no seu geral e pouco a pouco vai-se con­se­guindo coisas mai­ores. Tenho es­pe­rança que a minha mi­li­tância con­tribua para isso. Jun­ta­mente com todos os ou­tros ca­ma­radas, fa­zendo cada um a sua parte, con­se­gui­remos coisas grandes e im­por­tantes».

Do fu­turo, Nelson Mota sabe uma coisa: «que nós nunca vamos baixar os braços e que o Par­tido vai ser a grande força que tem sido e que cada vez se­remos mais para esta luta que não é fácil.»



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