Novo governo no Egipto
O novo governo egípcio, liderado pelo magistrado Adli Mansur, é composto por 35 membros três dos quais mulheres, uma delas pertencente à minoria cristã copta, o ex-embaixador em Washington, Nabul Fahmy, e o ex-ministro do governo de Morsi, Mohammed Ibrahim. O vice-primeiro-ministro e ministro da Defesa será o general Abdel Fattah al-Sisi, que esta segunda-feira, 15, assegurou que o exército não tem ambições políticas e que antes de deporem Mohamed Morsi, a 3 de Julho, lhe propuseram a convocação de um referendo sobre a sua permanência no poder.
Salah Adly, secretário-geral do Partido Comunista do Egipto, em entrevista ao jornal do Partido Tudeh do Irão, assegurou que o afastamento de Morsi estava há muito a ser reclamado nas ruas. Salah Adly refere que só em 2012 foram realizadas mais de 7400 acções de protesto em todo o Egipto, como resultado de uma política que «aumentou em mais 50%» a população a viver abaixo da linha de pobreza, elevou «a taxa de desemprego para os 32%» e aumentou extraordinariamente a dívida externa que já se cifrava em «45 mil milhões de dólares». O secretário-geral do PCE considera «autoritária» a governação de Morsi e de «carácter fascista», já que se pautava pela «busca ardente de monopolizar o poder, excluir quem não está com eles» e de ter entre os seus aliados «grupos terroristas que usam a religião como disfarce».
Adly assegura não haver comparação entre os que contestam Morsi e os que o apoiam: «Mais de 27 milhões de manifestantes saíram ao mesmo tempo em todas as províncias do Egipto, representando várias classes e camadas da sociedade, enquanto os apoiantes de Morsi não excediam os 200 mil manifestantes da Irmandade Muçulmana e seus aliados numa pequena praça no Cairo».