Escândalo dos contratos SWAP

Maria Albuquerque mentiu

O PCP exige a de­missão da mi­nistra das Fi­nanças por en­tender que ela mentiu à As­sem­bleia da Re­pú­blica sobre os cha­mados SWAP (con­tratos es­pe­cu­la­tivos de risco fi­nan­ceiro), dei­xando por isso de ter con­di­ções para o exer­cício do cargo.

«Um go­ver­nante que mente ao Par­la­mento não tem con­di­ções para con­ti­nuar no Go­verno», de­clarou na pas­sada se­mana em con­fe­rência de im­prensa o de­pu­tado co­mu­nista Paulo Sá.

Em sua opi­nião, os dados que têm vindo a ser re­co­lhidos na co­missão de inqué­rito aos con­tratos SWAP «vêm con­firmar de forma in­ques­ti­o­nável que Maria Luís Al­bu­querque mentiu mesmo ao Par­la­mento».

Daí a sua anun­ciada a in­tenção de pro­ceder a di­li­gên­cias para que a ti­tular da pasta das Fi­nanças pu­desse ainda ser ou­vida em co­missão até ontem, 31 de Julho.

«É im­pres­cin­dível que essa au­dição ocorra agora porque, pe­rante a gra­vi­dade dos dados que foram co­nhe­cidos nos úl­timos dias, a mi­nistra tem que ser con­fron­tada com as men­tiras que disse aqui no início de Julho», sus­tentou Paulo Sá.

Re­corde-se que terça-feira da se­mana pas­sada foi co­nhe­cido um con­junto de e-mails tro­cados entre a mi­nistra e o ex-di­rector geral do Te­souro e Fi­nanças, Pedro Fe­lício, do­cu­men­tação que do ponto de vista do PCP «atesta de forma in­ques­ti­o­nável que a mi­nistra sabia e tinha co­nhe­ci­mento da gra­vi­dade do pro­blema dos SWAP».

Dois dias de­pois, quinta-feira, o ex-pre­si­dente do IGCP [a ac­tual agência para a gestão da dí­vida pú­blica] afirmou de forma pe­remp­tória em co­missão que não tinha re­ce­bido ne­nhuma ori­en­tação da mi­nistra, desde a to­mada de posse até pelo menos ao dia 30 de Março de 2012, para que pro­ce­desse a qual­quer aná­lise e re­colha de in­for­mação re­la­ti­va­mente aos SWAP das em­presas pú­blicas.

Paulo Sá con­clui assim que «estes dois ele­mentos vi­eram de­mons­trar que a mi­nistra sabia do pro­blema e du­rante quase um ano nada fez» para o re­solver, per­mi­tindo que «du­rante esse ano as perdas po­ten­ciais quase du­pli­cassem e cres­cessem a um ritmo de quatro mi­lhões de euros por dia».

 

 



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