FIAT abandona Itália

Ao anunciar, dia 29, o nascimento da Fiat Chrysler Automobiles, o chefe executivo da Fiat, Sergio Marchionne, confirmou igualmente a saída da sede social e fiscal da Itália para a Holanda e Reino Unido, respectivamente, bem como a passagem da cotação das acções de Milão para a bolsa de Wall Street.

No início de Janeiro, o histórico construtor automóvel italiano concluiu a compra da Chrysler por 4,35 mil milhões de dólares, tornando-se no sétimo maior grupo mundial do ramo. Desde 2009 que a Fiat detinha 20 por cento da marca norte-americana, tendo assumido a sua gestão depois do fracasso da fusão com a alemã Daimler.

Já falida, a Chrysler recebeu ajudas estatais no montante de nove mil milhões de dólares, e a Fiat aproveitou para aumentar a sua participação no capital do grupo. Consumada a fusão, a marca de Turim não hesitou em trocar de pátria, em busca de maiores benefícios fiscais.

A Itália ficou chocada, mas o primeiro-ministro, Enrico Letta, tentou desvalorizar o assunto, considerando que o local da sede da nova empresa é «absolutamente secundário». «O que importa são os postos de trabalho, o número de automóveis vendidos, a competitividade».

O problema é que, para além da fuga fiscal, a Fiat queixa-se da quebra de vendas em Itália e no mercado europeu em geral, e lança o olhar para outros continentes que lhe garantem lucros maiores.

De resto, a FIAT não é o único exemplo a confirmar que o capital não tem pátria. A sueca Volvo já é chinesa, a Peugeot para lá caminha e a norte-americana Motorola é, desde o início de Janeiro, propriedade da Lenovo… chinesa é claro. Quanto ao mais, o próprio presidente da Fiat, sendo neto de Gianni Agnelli, o fundador da marca, nasceu em Nova Iorque e chama-se John Elkann.




Mais artigos de: Europa

Uma lei medieval contra as mulheres

Dezenas de milhares de homens e mulheres confluíram, no sábado, 2, de todas as partes de Espanha, para Madrid, onde exigiram a retirada do projecto que proíbe o aborto.

Por direitos iguais

O relatório da deputada do PCP no PE, Inês Zuber, sobre igualdade entre homens e mulheres foi aprovado, dia 23, pela Comissão dos Direitos da Mulher e da Igualdade dos Géneros do Parlamento Europeu.

Um drama europeu

O número de pessoas sem abrigo em França duplicou desde 2011, cifrando-se em 141 500 de indivíduos, dos quais 30 mil são crianças. A estes somam-se mais cerca de meio milhão que vivem em albergues públicos, pequenas pensões, barracas...

Fim à troika

Os deputados do PCP no Parlamento Europeu, Inês Zuber e João Ferreira, apresentaram, dia 31, um conjunto de propostas que visam pôr fim imediato ao memorando de entendimento com Portugal e a dissolução da troika. Este é o objectivo geral que propuseram incluir no...

A resposta da UE à crise<br>é mais do mesmo

As forças dominantes na UE procuram convencer os trabalhadores e os povos de que o rumo neoliberal, federalista e militarista é não apenas inevitável como o caminho seguro para o oásis prometido. O dito combate à crise na UE é assim uma gigantesca intrujice, assente na...