Fim à troika

Os de­pu­tados do PCP no Par­la­mento Eu­ropeu, Inês Zuber e João Fer­reira, apre­sen­taram, dia 31, um con­junto de pro­postas que visam pôr fim ime­diato ao me­mo­rando de en­ten­di­mento com Por­tugal e a dis­so­lução da troika.

Este é o ob­jec­tivo geral que pro­pu­seram in­cluir no «Re­la­tório de in­ves­ti­gação sobre o papel e as ope­ra­ções da troika nos países do pro­grama da zona euro».

Como in­dicam em co­mu­ni­cado de im­prensa, tal passo im­plica «o re­co­nhe­ci­mento da in­sus­ten­ta­bi­li­dade da dí­vida pú­blica por­tu­guesa» e pres­supõe o início ime­diato de «um pro­cesso de re­ne­go­ci­ação nos seus mon­tantes, prazos, juros e con­di­ções de pa­ga­mento ade­quando-as às ne­ces­si­dades eco­nó­micas e so­ciais e de de­sen­vol­vi­mento eco­nó­mico e so­cial da po­pu­lação por­tu­guesa».

Por outro lado, as al­te­ra­ções apre­sen­tadas des­mis­ti­ficam os pre­textos uti­li­zados pelo go­verno por­tu­guês para jus­ti­ficar a in­ge­rência ex­terna e apontam as res­pon­sa­bi­li­dades da União Eu­ro­peia na si­tu­ação eco­nó­mica a que o País chegou.

Os de­pu­tados re­ferem no­me­a­da­mente o papel da UE na des­truição dos sec­tores pro­du­tivos, no cres­ci­mento do dé­fice e da dí­vida pú­blica, bem como a sua cum­pli­ci­dade na es­pe­cu­lação e na agi­o­tagem da banca sobre a dí­vida pú­blica por­tu­guesa.

Inês Zuber e João Fer­reira de­nun­ciam o pro­grama da troika como um pre­texto para «um brutal ataque aos di­reitos dos tra­ba­lha­dores, aos sa­lá­rios e pen­sões, aos ser­viços pú­blicos e a des­truição da eco­nomia na­ci­onal».

Nas suas pro­postas de­fendem ainda o re­forço do Or­ça­mento da União Eu­ro­peia, tendo em vista a cri­ação de um pro­grama co­mu­ni­tário para os países com me­mo­rando de en­ten­di­mento, que dê pri­o­ri­dade à so­lução dos pro­blemas so­ciais e à de­fesa, va­lo­rize e pro­mova os re­cursos na­ci­o­nais de cada um dos países afec­tados e a sua ca­pa­ci­dade pro­du­tiva.

Por úl­timo, os de­pu­tados do PCP no PE de­fen­deram a re­ver­si­bi­li­dade dos acordos e tra­tados que regem a in­te­gração co­mu­ni­tária e o ajus­ta­mento do es­ta­tuto de cada país à von­tade do seu povo e à sua real si­tu­ação.




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