Cortes salariais nefastos
O último relatório sobre o emprego da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) reconhece que desde 2009 os salários tiveram uma evolução quase nula nos 45 países membros, havendo casos em que recuaram entre dois e cinco por cento ao ano, como na Espanha, Grécia, Irlanda e Portugal.
A Organização, que várias vezes defendeu «reformas laborais» em detrimento dos direitos e salários dos trabalhadores, vem agora admitir que «novas reduções salariais podem ser contraproducentes e não estimular nem a criação de emprego nem a procura».
Na realidade, após quase seis anos de políticas restritivas, a OCDE constata que o desemprego continua elevado. Nos países membros, existem oficialmente 45 milhões de desempregados, ou seja, mais 12,5 milhões do que antes da crise.
Face ao fracasso evidente das políticas restritivas, Angel Gurría, secretário-geral da organização, apelou aos governos que elejam como prioridade o «crescimento económico».
Segundo disse, dia 3, durante a apresentação do estudo, as «reformas estruturais» devem «favorecer a concorrência nos mercados dos produtos e serviços e assim aumentar o investimento, a produtividade, o emprego, os salários e o bem-estar».