Direita derrotada
O Partido Social-Democrata venceu as eleições legislativas realizadas, no domingo, 14, na Suécia, que ficaram marcadas pelo ascenso da extrema-direita.
Com 31,2 por cento dos votos, os sociais-democratas venceram os conservadores do Partido Moderado, no poder, que não foi além dos 23,2 por cento.
Na coligação de esquerda, além dos sociais-democratas, os partidos mais votados foram os verdes (6,8%) e o Partido de Esquerda (5,7%). No seu conjunto, a oposição de esquerda somou 43,7 por cento dos votos e 160 dos 343 assentos no parlamento (Riksdag).
Por seu turno a aliança conservadora, liderada pelo primeiro-ministro Fredrik Reinfeldt, e que inclui o Partido Centrista (6,1%), liberais (5,4%) e democratas-cristãos (4,6%), recolheu 39,3 por cento dos votos e elegeu 142 deputados.
Para surpresa de muitos, os Democratas da Suécia (extrema-direita), que basearam a sua campanha no discurso anti-imigrantes, duplicaram a votação para 13 por cento e 47 deputados, tornando-se assim a terceira força parlamentar.
O líder social-democrata, Stefan Löfven, manifestou-se disposto a explorar as possibilidades de formar governo com outros partidos democráticos, com exclusão da extrema-direita.
Löfven qualificou os Verdes como «parceiros de trabalho naturais», referindo ainda a «boa colaboração» existente com o Partido de Esquerda. Porém, sem maioria à esquerda, o vencedor do escrutínio demonstrou interesse em procurar apoio junto de partidos que integraram a anterior coligação conservadora.
Fuga de votos
No seu conjunto os partidos da coligação de direita no poder perderam mais de 550 mil votos, dos quais mais de 380 mil foram perdidos pelo Partido Moderado.
Os partidos da esquerda, incluindo o Partido Social-Democrata que conquistou mais 59 mil votos, recolheram cerca de 225 mil votos mais do que em 2010. A excepção foram os verdes que regrediram cerca de 29 mil votos, perdendo um deputado (24).
Em contrapartida, o Partido de Esquerda reforçou a votação em mais de dez mil votos (mais uma décima percentual) para quase 345 mil votos, acrescentando um deputado ao seu grupo parlamentar constituído agora por 21 eleitos.
Ainda à esquerda emergiu com particular força a Iniciativa Feminista (3,1%) que, apesar de não ter franqueado o limiar de quatro por cento para entrar no parlamento, granjeou mais de 184 mil votos.
Constata-se assim que grande parte da subida da extrema-direita, que obteve cerca de 440 mil votos mais do que há quatro anos (no total de 780 mil votos, passando de 20 para 47 deputados), foi à custa do eleitorado dos partidos de direita que governaram o país nos últimos oito anos.