Assembleias das organizações do Partido

Debater, decidir, concretizar

As assembleias das organizações do PCP, elementos centrais para o reforço do Partido, continuam a ter lugar em todo o País: no último fim-de-semana foi a vez da organização concelhia do Seixal e dos sectores dos bancários do Porto e dos Seguros de Lisboa as realizarem.

A realização de assembleias é essencial para reforçar o PCP

No domingo, teve lugar nas instalações da Sociedade Filarmónica Operária Amorense a 11.ª Assembleia da Organização Concelhia do Seixal, com a participação de 230 delegados – em representação dos mais de 2200 militantes comunistas aí organizados. Na resolução política, aprovada por unanimidade no final dos trabalhos, estão inscritas as orientações tendentes ao reforço da organização e intervenção partidárias e as propostas visando o desenvolvimento do concelho, tendo em conta quer as elevadas responsabilidades dos comunistas nas autarquias quer a proposta mais geral de uma política patriótica e de esquerda que o PCP propõe: o projecto do Arco Ribeirinho Sul e a construção do Hospital do Seixal são apenas duas delas.

Avaliando a acção do Partido nos últimos anos, a assembleia valorizou o «importante papel dos comunistas na dinamização da luta dos trabalhadores» em empresas como a SN Seixal, a Lusosider, a Delphi, a Corticeira Amorim, a Moviflor, a Nordigal, a Elo, a Lifresca, a Fertagus, a Siemens ou a grande superfície comercial Rio Sul. Também na administração pública, os comunistas foram fundamentais para as lutas travadas pelos trabalhadores, pese embora as insuficiências que persistem, nomeadamente nas juntas de freguesia e em alguns serviços da Administração Central. A luta das populações contra a degradação e encerramento de serviços públicos e pela requalificação e construção de centros de saúde, hospitais, escolas e serviços de Correios ou Finanças contou também com o contributo destacado dos militantes do PCP.

No decorrer dos trabalhos, como na resolução política aprovada, esteve em destaque a necessidade de reforçar a organização e a intervenção do Partido no concelho: a concretização da acção de contactos com os membros do Partido, o recrutamento de 80 novos militantes como «objectivo anual» e a sua imediata integração na organização; a melhoria da intervenção nas empresas prioritárias; o reforço dos movimentos unitários das populações; a realização de assembleias em todas as organizações de base; a valorização da imprensa do Partido, da informação e da propaganda; o aumento do número de militantes a pagar quotas, bem como dos que assumem a tarefa do seu recebimento.

A assembleia terminou com a intervenção de Francisco Lopes, dos organismos executivos do Comité Central, que apelou ao reforço do Partido e reafirmou os eixos essenciais da política alternativa patriótica e de esquerda e o caminho necessário para a sua construção.

Crescer nas empresas

«Mais Partido nas Empresas, por uma Política Patriótica e de Esquerda» foi o lema da 9.ª Assembleia do Sector dos Seguros da Organização Regional de Lisboa do PCP, realizada no sábado, 11, na qual participaram mais de 30 pessoas – militantes do Partido, na sua maioria, e outros que não o sendo participam nas lutas ao lado daqueles. Como o próprio lema indica, o objectivo principal da assembleia era o de contribuir para o reforço da presença e da intervenção do Partido nas empresas do sector: o recrutamento de mais militantes será o principal suporte para pôr as células a funcionar.

O organismo de direcção, composto por 13 elementos eleitos (nove no activo e quatro reformados), foi não apenas rejuvenescido como abrange a diversidade da realidade do sector: alguns dos seus elementos estão nos quadros das respectivas empresas enquanto outros têm vínculos precários, inclusivamente com contratos mensais. Integram igualmente o organismo militantes comunistas com responsabilidades sindicais, como delegados ou dirigentes.

Realizada oito anos depois da última, a 9.ª assembleia procurou analisar as grandes alterações verificadas no sector nesse intervalo, entre as quais sobressai, pela sua dimensão e importância, a precariedade laboral. Acompanhando o desmembramento das antigas companhias de Seguros, verificou-se a generalização do recurso a empresas de trabalho temporário que vulgarizaram os vínculos precários que, como se lê na resolução política da assembleia, «chegam a ser mensais, à hora ou à peça com renovações automáticas, sem especificar a empresa seguradora para quem o trabalhador prestará de facto serviço».

Na resolução aprovada na assembleia defende-se a nacionalização do sector dos Seguros, enumerando-se um conjunto de vantagens dessa opção tanto para os trabalhadores do sector como para a própria economia nacional. Contudo, acrescenta-se, a nacionalização, por si só, «não resolve completamente o problema», devendo-se enquadrar a luta pela nacionalização do sector dos Seguros no combate mais geral pelo controlo público do sector financeiro e dos sectores estratégicos da economia e pela construção da alternativa patriótica e de esquerda.

Coube a Armindo Miranda, da Comissão Política, encerrar a assembleia.  

Bancários comunistas do Porto
Reforçar o Partido num sector estratégico

Sob o lema «Com o PCP, Defender Abril e o Controlo Público do Sector Financeiro», os bancários comunistas do Porto realizaram na passada sexta-feira, 10, a sua 9.ª assembleia de organização. Nesta reunião muito participada e com várias intervenções, fez-se o balanço do trabalho realizado nos últimos dois anos e analisou-se situação no País e no sector financeiro, as linhas mais gerais da intervenção do Partido e o desenvolvimento da luta.

Salientando que nos últimos dois anos «todos os alicerces e componentes da vida económica e social do País sofreram mais investidas destrutivas por força das políticas de direita e antinacionais prosseguidas pelo Governo em obediência à troika», os bancários comunistas afirmam ainda – na resolução política aprovada por unanimidade – que a especulação financeira «continuou a desviar recursos nacionais» e os grandes grupos capitalistas e as grandes fortunas «continuaram a crescer».

As fraudes do BPN, BPP, Banif, BCP e o mais recente e escandaloso descalabro do BES, o pacto de agressão e as suas políticas de traição nacional, a soberania limitada pelas mãos de PS, PSD e CDS e os créditos incobráveis de mais de 19 mil milhões de euros pagos à troika, como os mais de oito mil postos de trabalho eliminados no sector e os ataques aos direitos dos bancários, foram alvo de duras críticas por parte dos comunistas. No que diz respeito aos direitos dos bancários, reforçou-se a importância do SINTAF/CGTP-IN e do STEC e denunciou-se as traições dos sindicatos da UGT que, de mão beijada, entregam ao grande capital a liberdade de despedir e roubar salários, como sucedeu no BCP.

Nesta assembleia, que aprovou por unanimidade o novo Organismo de Direcção, discutiu-se, naturalmente, o Partido: a sua intervenção junto dos trabalhadores, que necessita ser melhorada; as tarefas e a elevação da militância; a importância do Avante! e de O Militante na informação, formação ideológica e divulgação das lutas e das posições do PCP; o reforço orgânico e financeiro; a campanha de fundos para a aquisição da Quinta do Cabo; e a forma como os comunistas podem continuar a dar o seu contributo para o reforço das organizações representativas dos trabalhadores, mas também dos reformados bancários.

A organização dos bancários do Porto do PCP afirmou, na assembleia e na resolução política nela aprovada, que se impõe «a ruptura com as políticas de direita de PS, PSD e CDS» e o compromisso de «defender Abril e o controlo público do sector financeiro», apenas possível com um governo e uma política patrióticos e de esquerda que «garantam um efectivo controlo pelo povo das alavancas poderosas da banca e dos seguros».

 



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