Travar o passo à exploração
A organização do Partido nas empresas e locais de trabalho é um instrumento de resistência, unidade e luta contra a exploração e o empobrecimento.
O PCP, com a sua acção, estimula a luta dos trabalhadores
Na edição de Janeiro/Março do seu boletim informativo, o Sector dos Seguros da Organização Regional de Lisboa do Partido acusa os conselhos de administração das companhias e a Associação Portuguesa de Seguradoras de, com a cumplicidade do Governo, procurarem «retirar muitos dos direitos que os trabalhadores conquistaram com a sua luta colectiva». Exemplo disto é, desde logo, o facto de o Contrato Colectivo de Trabalho, assinado em 2008, não ser aplicado em muitas empresas, apesar de todas as autoridades competentes reconhecerem a sua validade.
Exemplificando, o PCP realça o caso da Fidelidade, que continua sem devolver aos trabalhadores os subsídios de férias e de Natal de 2012, muito embora exista uma decisão judicial nesse sentido. Já a Tranquilidade foi «vendida em saldos a um fundo de investimento que compra, “redimensiona” e vende», correndo o risco de ser «espartilhada, ver postos de trabalho serem destruídos para gerar lucros rápidos». Na Cares, acrescenta-se, para trabalho igual há salários e vínculos contratuais diferentes.
Mas não é tudo: milhares de trabalhadores em empresas de assistência, centros de contacto, «têm salários de miséria e vínculos precários, quando deviam pertencer aos quadros das respectivas empresas»; os salários estão congelados desde 2009, ao mesmo tempo que as seguradoras acumularam lucros «escandalosos», de 1667 milhões de euros entre 2010 e 2013; o horário de sete horas diárias não é cumprido em várias empresas e existe trabalho suplementar não registado e em violação dos limites previstos; há pressões sobre trabalhadores mais velhos para que aceitem acordos de pré-reforma «que os irão lesar durante o resto da sua vida».
Face a todas estas situações, que juntas representam um substancial agravamento da exploração dos trabalhadores do sector, o PCP garante que «não vamos ficar parados»: os trabalhadores, lado a lado com as suas organizações representativas, «devem unir-se e tomar nas mãos o futuro das suas vidas.»
Segredos e mentiras
Na Autoeuropa, a célula do Partido emitiu um novo número do seu boletim, O Faísca, que destaca os 20 anos do início de produção do VW Sharan, precisamente aquele que marcou o arranque da produção em massa na fábrica: «falar do VW Sharan é falar da VW Autoeuropa, e vice-versa».
Recordando a evolução da empresa desde então, e os vários modelos que já produziu, o PCP lembra também a luta determinada que os trabalhadores travaram, em diversas ocasiões, em defesa dos seus direitos e garantias. Hoje, afirma o Partido, os trabalhadores da Autoeuropa estão confrontados com novos desafios e com a necessidade de «garantir a continuidade do futuro com condições para todos os que aqui trabalham» e perspectivar o desenvolvimento, o progresso e a criação de emprego.
Pese embora os «avultados investimentos» que estão a ser feitos na empresa, a célula do Partido afirma que «continua por se fazer anunciar o produto» que relance a produção na fábrica. Os trabalhadores, garante o PCP, «estão preparados para garantir o futuro», mas para tal é fundamental que se anuncie o novo produto.
Em Aveiro, o Partido contesta o fim da Moveaveiro (empresa de transporte colectivo de passageiros), considerando-o «um crime contra quem vive, trabalha e estuda» na cidade. No folheto que está a distribuir aos trabalhadores e utentes da empresa, o Partido desmente as falsidades com que a administração justifica a ruína da Moveaveiro: se é certo que a empresa dá prejuízo, também o é que as «linhas lucrativas são oferecidas para exploração de transportadoras privadas»; se é verdade que a Moveaveiro tem cada vez menos utentes, não o é menos que o serviço prestado é «cada vez menos abrangente e mais caro e lento», por culpa de quem manda. Para o PCP, «salvar o transporte público é necessário e é possível».