«Modelo empresarial» no Arsenal do Alfeite

O que estão a fazer é um crime

A mai­oria PSD/​CDS-PP e o PS opu­seram-se à pro­posta do PCP de ex­tin­guir o Ar­senal do Al­feite como «so­ci­e­dade anó­nima» e sua con­se­quente rein­te­gração na or­gâ­nica da Ma­rinha por­tu­guesa.

 

Não há Ar­senal sem a Ma­rinha e não há Ma­rinha sem o Ar­senal

Um pro­jecto de lei nesse sen­tido foi chum­bado por aqueles par­tidos, dia 30, de­pois de a ban­cada co­mu­nista ter rei­te­rado em de­bate na an­te­vés­pera o pro­pó­sito de co­locar o as­sunto quantas vezes as ne­ces­sá­rias no centro da agenda par­la­mentar, tendo em conta o «ca­rácter es­tra­té­gico» destes es­ta­leiros, seja em termos eco­nó­micos seja do ponto de vista da De­fesa Na­ci­onal.

«Não há Ar­senal sem a Ma­rinha e não há Ma­rinha sem o Ar­senal», re­a­firmou o de­pu­tado co­mu­nista Bruno Dias, muito crí­tico com o que con­si­dera ser uma es­pécie de «con­denar à morte lenta e si­len­ciosa» da em­presa e à «san­gria de pro­fis­si­o­nais de pri­meira água», en­quanto «os tais sub­ma­rinos, Arpão e Tri­dente, que tantos mi­lhões deram a ga­nhar a al­guns, vão di­rei­ti­nhos para a Ale­manha fazer a ma­nu­tenção».

Es­ti­olar

O PS, pela voz de Marcos Pe­res­trelo, jus­ti­ficou a cri­ação da «so­ci­e­dade anó­nima» e o «mo­delo em­pre­sa­rial» – «é o mais ade­quado», disse – em nome da busca de «formas de gestão mais fle­xí­veis», da cri­ação de «con­di­ções para de­sen­volver ne­gó­cios». E con­si­derou, a pro­pó­sito da rein­te­gração na Ma­rinha de­fen­dida pelo PCP, que o ca­minho «não pode ser de re­tro­cesso» mas de «pro­curar ex­plorar novos mer­cados».

«Desde a pas­sagem do Ar­senal a «S.A.», im­posta há cinco anos pelo go­verno PS/​Só­crates, nada do que foi pro­me­tido até hoje se con­cre­tizou», re­cordou Bruno Dias, es­pe­ci­fi­cando: «nada de mo­der­ni­zação, nada de in­ves­ti­mento, nada de re­forço de meios e ca­pa­ci­dades».

O de­pu­tado do PSD Bruno Vi­to­rino, por seu lado, de­pois de re­petir a len­ga­lenga de que este Go­verno herdou «um País em pré-ban­car­rota e uma crise in­ter­na­ci­onal», as­se­gurou que «há es­tudos a serem re­a­li­zados para tomar a me­lhor opção, uma de­cisão fun­da­men­tada».

«Com muita tran­qui­li­dade vão aguar­dando pelos es­tudos e vão em­pur­rando o Ar­senal para a de­gra­dação e o des­man­te­la­mento», contra-ar­gu­mentou Bruno Dias, la­men­tando o dis­curso de «a ver vamos» quer da mai­oria go­ver­na­mental quer do PS.

E porque este é «um crime contra a eco­nomia e a so­be­rania na­ci­onal», de­fendeu a ur­gente in­flexão de ca­minho, com vista a «mo­der­nizar o Ar­senal, res­ti­tuir-lhe e de­sen­volver as suas ca­pa­ci­dades, re­tomar a sua for­mação e a re­no­vação dos seus qua­dros, re­a­brir a sua Es­cola, dar plenas con­di­ções à Ma­rinha para a ma­nu­tenção da sua es­quadra».




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