Acção de contactos com os membros do Partido

O mundo gira e o Partido avança

Escrever, num mesmo artigo, sobre o reforço da organização e intervenção do PCP e o distrito de Viseu pode parecer a alguns um empreendimento condenado ao fracasso. Muito embora se trate de uma ideia preconcebida, ela é de certa forma compreensível, pois aquele que é um dos maiores distritos do País (com 24 concelhos, 277 freguesias e mais de 2500 localidades) foi conhecido ao longo de décadas por «Cavaquistão», tal era a força social e eleitoral dos partidos de direita e a influência dos caciques locais e dos sectores mais retrógrados da Igreja Católica. No período revolucionário, a reacção encontrou ali uma base sólida para as acções de sabotagem e terrorismo com que procurou travar o avanço do processo democrático e progressista iniciado a 25 de Abril de 1974. Os comunistas tinham, então, uma vida difícil…

Mas o mundo gira e o PCP regista hoje um impetuoso crescimento no distrito de Viseu. A explicá-lo estarão factores como a sua intervenção firme e coerente em defesa dos direitos dos trabalhadores e dos interesses populares e o rasto de desemprego, emigração e abandono deixado na região pela política de direita de sucessivos governos PS, PSD e CDS. Não sendo possível quantificar a gravidade da situação, um número é particularmente revelador: entre 2001 e 2011, os concelhos de Cinfães, Armamar, Tabuaço, Resende e São João da Pesqueira perderam mais de 20 por cento da sua população.

Avanços impetuosos

Na opinião de João Abreu, membro do Comité Central e responsável pela Organização Regional de Viseu do PCP, a acção de contactos «foi decidida na hora certa e está a ser de grande alcance para o reforço do Partido». Desde logo, são os números a demonstrá-lo: mais 50 por cento de militantes a pagar quotas, relativamente a 2013; 41 recrutamentos efectuados; mais 127 membros do Partido integrados em organismos; um novo ponto de venda do Avante! em Penalva do Castelo, mais cinco exemplares vendidos no concelho de Viseu e a criação de um grupo de trabalho que assegura a distribuição semanal na capital do distrito. A constituição de um organismo de reformados para acompanhar a intervenção do Partido junto desta importante camada social foi outro dos ganhos visíveis.

Mas os números não mostram tudo e João Abreu acrescentou outros avanços que a concretização da acção de contactos tornou possíveis: as células do Partido no Hospital de São Teotónio, da Câmara Municipal de Viseu e da CP, em Mangualde, vão reunir-se pela primeira vez em breve; estão em constituição mais seis comissões de freguesia; e foram já marcadas quatro assembleias de organizações concelhias (Viseu, Lamego, Cinfães e Mangualde) e a própria Assembleia da Organização Regional, que tem lugar a 24 de Maio.

Ao permitir um maior conhecimento da realidade concreta nas empresas, concelhos e freguesias do distrito, a acção possibilitou igualmente uma mais concreta intervenção política, com expressão na imprensa regional, nas assembleias municipais e de freguesia e na própria Assembleia da República, acrescentou.

Organização e planificação

O facto de, no distrito de Viseu, mais de metade dos actuais membros do Partido terem sido recrutados nos últimos 10 anos e de haver ainda um amplo campo para crescer tornou ainda mais decisiva a assumpção desta acção como algo que não se limitava ao mero preenchimento de uma ficha ou da entrega de um cartão, mas como uma verdadeira campanha organizativa. Em todos os organismos do Partido no distrito se discutiu os seus objectivos e os meios para os atingir.

Os contactos, realizados por mais de 80 quadros do Partido, foram concretizados de maneiras diversas, tendo em conta as realidades concretas de cada militante ou localidade, sendo o elemento comum a conversa presencial. O contacto telefónico prévio e os encontros aos sábados e domingos de manhã e em dias de feira foram formas encontradas para evitar «andar para trás e para a frente», tendo em conta as enormes distâncias entre Viseu e muitos dos concelhos do distrito.

Este esforço de planificação deu resultados e a acção está muito próxima do final. Para João Abreu, «se mantivermos o empenhamento e a compreensão da importância desta tarefa para o futuro da luta e do Partido, estamos convencidos que, tal como aconteceu com a campanha de 2003, também desta vez estamos em condições de a cumprir rapidamente, e com êxito».




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