Trabalhadores e utentes mobilizam-se pelo SNS

Constituição na Saúde

Uma nova po­lí­tica para a Saúde, que res­peite os prin­cí­pios fun­da­men­tais da Cons­ti­tuição da Re­pú­blica, foi exi­gida no dia 19, numa con­cen­tração frente ao Mi­nis­tério de Paulo Ma­cedo.

O Go­verno mantém a in­tenção de en­cerrar a MAC e ou­tras uni­dades e ser­viços

Para o final da tarde de quinta-feira da se­mana pas­sada, a Pla­ta­forma Lisboa em De­fesa do Ser­viço Na­ci­onal de Saúde con­vocou uma marcha, que partiu do Hos­pital Curry Ca­bral em di­recção ao Mi­nis­tério. Os ac­ti­vistas da Pla­ta­forma – cons­ti­tuída pela União dos Sin­di­catos de Lisboa e por sin­di­catos da área da Saúde (en­fer­meiros, psi­có­logos, mé­dicos e tra­ba­lha­dores em fun­ções pú­blicas e so­ciais), pelo Mo­vi­mento De­mo­crá­tico de Mu­lheres, pelo MURPI (através da sua fe­de­ração dis­trital de as­so­ci­a­ções de re­for­mados, a Farpil) e pela Inter-Re­for­mados, pelo Mo­vi­mento de Utentes dos Ser­viços Pú­blicos e por co­mis­sões de utentes de Lisboa e da Ama­dora – des­lo­caram-se em cordão hu­mano, trans­por­tando faixas e ban­deiras e gri­tando pa­la­vras de ordem.
Re­pre­sen­tantes das di­versas es­tru­turas fi­zeram breves in­ter­ven­ções, du­rante a con­cen­tração na Ave­nida João Cri­sós­tomo, onde também usou da pa­lavra Carla Cruz, de­pu­tada do PCP, para saudar a jor­nada e os par­ti­ci­pantes.
Da des­crição da si­tu­ação da Saúde no dis­trito, de­corre a re­cla­mação de uma nova po­lí­tica e a lista de me­didas a que esta de­verá dar corpo. Nos 14 pontos elen­cados na moção que foi apro­vada na con­cen­tração (e que ne­nhum res­pon­sável do Mi­nis­tério se dispôs a re­ceber em mão), in­cluem-se:

uma me­lhor gestão, com equi­dade e acesso uni­versal aos cui­dados de saúde,
o fim da «pro­mis­cui­dade pú­blico-pri­vada»,
a re­dução dos custos su­por­tados pelos utentes,
a re­vo­gação das taxas mo­de­ra­doras,
a sus­pensão das de­ci­sões de en­cer­ra­mento da Ma­ter­ni­dade Al­fredo da Costa e de vá­rios ser­viços em hos­pi­tais,
a aber­tura de mais hos­pi­tais, no­me­a­da­mente em con­ce­lhos de­fi­ci­tá­rios, como Sintra,
re­forço dos meios dos Cui­dados de Saúde Pri­má­rios e das Ur­gên­cias,
re­forço da rede pú­blica de Cui­dados Con­ti­nu­ados e alar­ga­mento da rede de Cui­dados Pa­li­a­tivos,
acesso de todos a tra­ta­mento e me­di­ca­mentos ade­quados,
va­lo­ri­zação das car­reiras pro­fis­si­o­nais, po­lí­ticas re­mu­ne­ra­tó­rias justas, res­peito pelos di­reitos dos tra­ba­lha­dores,
au­mento do nú­mero de pro­fis­si­o­nais, para fazer face às ne­ces­si­dades,
re­gu­la­ri­zação de mi­lhares de vín­culos la­bo­rais pre­cá­rios, aca­bando com o re­curso a em­presas de sub-con­tra­tação.

Esta luta, como foi sa­li­en­tado, não vai parar e terá uma im­por­tante etapa já no dia 7 de Março, in­se­rida na ma­ni­fes­tação na­ci­onal da CGTP-IN.

Marcha em Be­na­vente

No do­mingo, dia 22, re­a­lizou-se em Be­na­vente uma marcha de pro­testo em de­fesa do Ser­viço Na­ci­onal de Saúde, pro­mo­vida pela Co­missão de Utentes da­quele con­celho. Par­tindo cerca das 10h30 das pro­xi­mi­dades da Santa Casa da Mi­se­ri­córdia, a marcha ter­minou junto ao Centro de Saúde, com uma con­cen­tração. Os cerca de 200 par­ti­ci­pantes, entre os quais se en­con­travam os pre­si­dentes da Câ­mara e da As­sem­bleia Mu­ni­cipal (eleitos do PCP) e ou­tros mem­bros de ór­gãos au­tár­quicos do mu­ni­cípio e das fre­gue­sias, acla­maram uma moção a exigir mais pro­fis­si­o­nais para o Centro de Saúde de Be­na­vente, a ma­nu­tenção das ex­ten­sões de Saúde de Santo Es­têvão e de Porto Alto e a re­a­ber­tura das uni­dades en­cer­radas em Bar­rosa, Foros da Char­neca e Foros de Al­mada.

 



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