Por salários, direitos e outra política

Dias de luta firme

Nos últimos dias ocorreram greves no Serviço Nacional de Saúde, na EMEF, na Carris e no Metropolitano de Lisboa e em várias empresas da indústria.

Os trabalhadores respondem ao ataque do patronato e do Governo

Com níveis de adesão entre 80 e cem por cento, fizeram greve no dia 15 os trabalhadores do Serviço Nacional de Saúde, congratulou-se a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, reportando-se aos dados das unidades hospitalares, onde muitos sectores de funcionamento permanente e imprescindível funcionaram unicamente com serviços mínimos, tal como sucedeu nos CODU do Instituto Nacional de Emergência Médica. A federação da CGTP-IN deu conta de adesão «muito elevada, tendo levado mesmo ao encerramento de algumas unidades», nos centros de saúde. Com esta greve, ficou patente «a vontade que os trabalhadores têm de prosseguir a luta» pela defesa do SNS, pela reposição das 35 horas semanais de trabalho, pela criação da carreira de técnico auxiliar de saúde, pela valorização das carreiras de técnico superior de saúde e de técnico de diagnóstico e terapêutica, e pela criação da carreira de técnico de emergência do INEM.

Na manhã dessa sexta-feira, dia 15, terminou uma greve de 24 horas na Renault Cacia. O SITE Centro-Norte revelou que a produção paralisou, porque mais de 95 por cento dos trabalhadores do sector produtivo aderiram à luta.

Com concentração à entrada da fábrica, em Trajouce (Cascais), fizeram greve no dia 15 as trabalhadoras da Vitrohm, persistindo na luta contra discriminações salariais graves. O SIESI informou que seria dirigida uma exposição à administração do grupo chinês Yageo, proprietário da unidade.

Ainda no âmbito dos seus sindicatos, a Fiequimetal/CGTP-IN destacou que foram decididas greves «contra a intransigência patronal, por aumentos salariais e pela defesa dos direitos» na Multiauto, na Flexipol, na Eurospuma, na PREH, na Citroen e na Euroresinas. Na Petrogal a luta foi suspensa depois de o Governo ter emitido um despacho que, a pretexto de serviços mínimos, impediria o exercício do direito à greve.
«Todas estas lutas têm a sua raiz mais funda na política de exploração e empobrecimento, que aprofundou as desigualdades e agravou as condições de vida e de trabalho da maioria dos trabalhadores portugueses», explicou a federação.

Na terça-feira, 19, a grande adesão dos trabalhadores à greve de 24 horas provocou o encerramento do Metropolitano de Lisboa. Uma luta semelhante está marcada para dia 26. Plenários e manifestações dos trabalhadores da EMEF, contra a privatização, tiveram lugar nos dias 13 (Entroncamento), 15 (Barreiro) e 18 (Contumil e Guifões). No dia 14, em greve, trabalhadores da Carris manifestaram-se da Estação de Santo Amaro até ao Parlamento.

 



Mais artigos de: Trabalhadores

Luta de interesse público

Continua a estar na mão dos trabalhadores e dos utentes dos transportes públicos impedir que vá para a frente o plano de privatizações traçado pelo Governo para as empresas das áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, realçam José Manuel Oliveira e Anabela Carvalheira, numa entrevista em que deixam bem claro que esta luta é, antes de mais nada, pela defesa dos interesses do País e da população.

Transportes com política

José Manuel Oliveira e Anabela Carvalheira contrariam a ideia de que, para uma política de estímulo do uso de transportes colectivos, as principais empresas poderiam ser privadas. Lembram até casos recentes de autêntica chantagem.

Novas jornadas dos professores

O período de greve a todo o serviço ligado com o exame Cambridge (PET) foi alargado até 30 de Junho; de 2 a 4 de Junho, vai realizar-se uma «consulta nacional» para afirmar, com votação nas escolas, a oposição à...

Tivoli tem que pagar

Algumas dezenas de dirigentes, delegados e activistas sindicais concentraram-se durante a manhã de dia 14 frente ao hotel Tivoli, em Lisboa. A acção foi promovida pelo Sindicato da Hotelaria do Sul, da Fesaht/CGTP-IN, por aumentos salários (que não ocorrem...