Forte adesão à luta
Na Panrico, no Metro de Lisboa e na Camac, os trabalhadores mostram grande determinação contra a prepotência do patronato na defesa dos postos de trabalho, da contratação colectiva, dos direitos e dos salários.
Os trabalhadores recusam as imposições do patronato
Os trabalhadores da Panrico, em Mem Martins (Sintra), estiveram em greve no dia 29, contra a redução do pagamento do trabalho em dias feriados. A forte adesão, de 95 por cento, levou à paralisação das linhas de produção, informou o Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (Sintab/CGTP-IN), que destacou também o facto de este ser o quinto dia de greve que os trabalhadores cumprem face à recusa da empresa em pagar o trabalho suplementar em dias feriados a 200 por cento, conforme estipulado pelo contrato colectivo de trabalho.
Em defesa dos postos de trabalho e contra a privatização da empresa, os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa estiveram em greve no dia 26. A grande adesão – que rondou os 95 por cento – mostra que os trabalhadores continuam unidos e «não vão baixar os braços» na luta contra a privatização dos transportes públicos, com a qual se pretende «transferir para os utentes e o erário público os custos» de um processo «que visa dar aos privados aquilo que hoje é negado às empresas públicas», afirma numa nota a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans/CGTP-IN).
No dia 25, cerca de uma centena de trabalhadores da fábrica de pneus Camac, em Palmeira (Santo Tirso), voltaram a fazer greve para exigir o pagamento de salários e subsídios em atraso, tendo fechado os portões das instalações a cadeado para impedir a entrada e saída de mercadorias, referiu o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Norte (SITE Norte/CGTP-IN).
A estrutura sindical, que acusa a administração da empresa de «sistemático e abusivo atraso no pagamento dos salários», revelou ainda que a empresa prometeu desbloquear a situação até segunda-feira, 29, mas que tal não se veio a concretizar. Ontem, os trabalhadores continuavam firmes à entrada e no interior da fábrica – mesmo depois de a administração ter chamado as autoridades.