Negociação no sector automóvel

A Fi­e­qui­metal «tudo fará para que se al­cance um acordo que sal­va­guarde os di­reitos e os in­te­resses dos tra­ba­lha­dores e que cons­titua um factor de pro­gresso das re­la­ções la­bo­rais no sector au­to­móvel», afirma a fe­de­ração, num co­mu­ni­cado a in­formar os tra­ba­lha­dores acerca da re­a­li­zação da reu­nião que marcou o rei­nício das ne­go­ci­a­ções do con­trato co­lec­tivo de tra­balho, in­ter­rom­pidas em 2010, pela parte pa­tronal, quando de­corria a fase de con­ci­li­ação.
Nesta pri­meira reu­nião, a 16 de De­zembro, «foi pos­sível dis­cutir 15 cláu­sulas», re­gis­tando-se «acordo in­te­gral em al­gumas ma­té­rias, acordo par­cial nou­tras e re­missão de al­guns con­teúdos para dis­cussão pos­te­rior», se­gundo um ca­len­dário de reu­niões de­fi­nido para o pri­meiro se­mestre de 2016.
A pro­posta pa­tronal, apre­sen­tada a 18 de Maio, «é glo­bal­mente des­fa­vo­rável aos tra­ba­lha­dores», que a re­jei­taram em vá­rias reu­niões e ple­ná­rios. Mas foi aceite como «uma base ne­go­cial».
A con­tra­pro­posta sin­dical re­sultou da dis­cussão re­a­li­zada nos lo­cais de tra­balho e é ex­posta com de­talhe no co­mu­ni­cado de 28 de De­zembro da Fi­e­qui­metal. In­clui rei­vin­di­ca­ções de va­lo­ri­zação dos co­nhe­ci­mentos e das ca­pa­ci­dades re­sul­tantes da ex­pe­ri­ência e da for­mação pro­fis­si­onal; ga­rantia do prin­cípio da igual­dade e não dis­cri­mi­nação; efec­ti­vação da for­mação pro­fis­si­onal con­tínua; re­dução do ho­rário de tra­balho para 38 horas se­ma­nais, de se­gunda a sexta-feira, sem «bancos» de horas nem «adap­ta­bi­li­dade» e tendo como ob­jec­tivo atingir as 35 horas; re­gu­la­men­tação do tra­balho por turnos e do tra­balho su­ple­mentar; 25 dias úteis de fé­rias anuais; efec­ti­vação do di­reito de or­ga­ni­zação sin­dical nos lo­cais de tra­balho.
É rei­vin­di­cado um au­mento sa­la­rial ime­diato de 40 euros, «como adi­an­ta­mento à ne­go­ci­ação das ta­belas».
Acu­sando as as­so­ci­a­ções pa­tro­nais de pre­ten­derem «des­qua­li­ficar pro­fis­sões e res­pec­tivas fun­ções» (in­tro­du­zindo ca­te­go­rias como «ope­ra­dores fa­bris» e «ope­ra­dores de re­pa­ração», que trans­for­ma­riam os tra­ba­lha­dores numa es­pécie de «faz-tudo»), a Fi­e­qui­metal de­clara que só apre­sen­tará con­tra­pro­posta nesta ma­téria «após uma dis­cussão apro­fun­dada com os tra­ba­lha­dores e os seus re­pre­sen­tantes».
 

Força para ne­go­ciar

«As pro­postas são re­a­listas, ajus­tadas às ne­ces­si­dades dos tra­ba­lha­dores e do pró­prio sector e, por isso mesmo, pos­sí­veis de con­cre­tizar», mas a fe­de­ração alerta que, «para isso, é ne­ces­sário que os tra­ba­lha­dores re­forcem a po­sição da co­missão ne­go­ci­a­dora sin­dical, to­mando nas suas mãos a de­fesa da pro­posta».

No co­mu­ni­cado são apon­tados al­guns passos a dar desde já:

apre­sentar nas em­presas ca­dernos rei­vin­di­ca­tivos com os con­teúdos da pro­posta sin­dical;
de­nun­ciar os ob­jec­tivos pa­tro­nais e as ame­aças que re­pre­sentam para os tra­ba­lha­dores;
res­pon­sa­bi­lizar cada em­presa pelas po­si­ções da sua as­so­ci­ação pa­tronal;
re­forçar a or­ga­ni­zação dos sin­di­catos e pros­se­guir a luta de todos os tra­ba­lha­dores pela de­fesa dos di­reitos, por me­lhores con­di­ções de vida e de tra­balho, por um fu­turo me­lhor.

 



Mais artigos de: Trabalhadores

Luta vitoriosa na Alstom

Os tra­ba­lha­dores das em­presas que «prestam ser­viço» na me­ta­lúr­gica Ge­neral Elec­tric (ex-Alstom), em Se­túbal, con­se­guiram evitar a re­dução do valor da re­mu­ne­ração à hora.

Por melhores salários em 2016

Os sin­di­catos da CGTP-IN apre­sen­taram pro­postas rei­vin­di­ca­tivas nas em­presas dos grupos EDP, REN, PT Por­tugal e CTT, exi­gindo au­mentos sa­la­riais que com­pensem perdas e in­jus­tiças.

Lutar valeu a pena

A União dos Sin­di­catos de Se­túbal saudou mi­lhares de tra­ba­lha­dores que, com uni­dade, fir­meza e luta, con­se­guiram ver sa­tis­feitas im­por­tantes rei­vin­di­ca­ções no úl­timo tri­mestre de 2015.

Fim ao crime nos comboios

«O fim desta po­lí­tica cri­mi­nosa» é exi­gido pela Co­missão de Tra­ba­lha­dores da CP, no nú­mero de De­zembro do seu bo­letim «À Ta­bela», onde re­clama ainda a saída de «pa­trões e equipa de Ma­nuel Queiró».

Greves ao trabalho extra

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário (SNTSF, da Fectrans/CGTP-IN) faz um balanço positivo da greve ao trabalho extraordinário, em dia de descanso semanal e em dia feriado, que terminou no dia de Ano Novo, para contestar os cortes na remuneração do trabalho...

Luta na BA Vidro

O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Vidreira, STIV, da Feviccom/CGTP-IN, e a comissão sindical da BA Vidro saudaram, em comunicado «os trabalhadores e as trabalhadoras pela forma determinada» com que lutaram com «persistência» e afirmando «a força da...

Mafra assinou

«Uma vitória dos trabalhadores» foi, para o STAL/CGTP-IN, o facto de a Câmara Municipal de Mafra «finalmente» ter assinado com o sindicato o acordo ACEP que veio permitir aos seus trabalhadores recuperarem, desde o primeiro dia de 2016, o direito à semana de 35 horas, que...

Unicer desmentida

Causou «larga estupefacção» na empresa e, em particular, na fábrica de Santarém, ameaçada de encerramento, a declaração do director-geral da Font Salem a esclarecer que «não há qualquer acordo no que toca à...