Despedimentos à vista no Parque da Autoeuropa

Defender os postos de trabalho

O PCP denuncia a intenção da Autoeuropa em promover despedimentos em empresas que laboram no parque industrial e garante que se baterá em defesa dos postos de trabalho.

O PCP apela à resistência e à luta dos trabalhadores

A redução para um turno na área da montagem final e pintura na Autoeuropa poderá provocar o despedimento de mais de 300 trabalhadores contratados e temporários em empresas prestadoras de serviços e em unidades industriais localizadas no Parque Industrial de Palmela, em grande medida dependentes da Autoeuropa. A denúncia é feita pelo Secretariado da Célula do Parque Industrial da Autoeuropa do PCP num comunicado emitido a 8 de Julho.

Nesse texto dá-se conta da realização de uma reunião, no dia 5, entre uma delegação do PCP (da qual fazia parte o deputado Bruno Dias) e os órgãos representativos dos trabalhadores de empresas prestadoras de serviços da Autoeuropa e do Parque Industrial, nomeadamente a Autovision, a Faurecia, a Inapal Plásticos, a Logiters, a Palmetal, a SAS, a Schnellecke, a SMP e a Vanpro. O encontro teve como objectivo analisar os impactos provocados nestas empresas pela reorganização do trabalho na Autoeuropa, que passará a concentrar o trabalho nas áreas da montagem final e pintura apenas num turno, apesar do aumento de produção verificado.

No comunicado, o PCP realça que as «garantias» deixadas pela administração da Autoeuropa de que não ira proceder a despedimentos apenas se aplicam aos trabalhadores directamente vinculados à empresa, deixando de fora aqueles que aí laboram com vínculos precários e os que se encontram ligados às restantes empresas do parque. Ao todo, uns e outros representam um universo de cerca de 2500 trabalhadores.

Incerteza e resistência

Pelas contas dos órgãos representativos dos trabalhadores das diversas empresas, «são já cerca de 300 os trabalhadores contratados e temporários que estão na iminência de não regressarem ao trabalho a seguir ao Verão», sublinha o PCP. Reconhecendo responsabilidades em eventuais despedimentos às administrações das várias empresas envolvidas, o Partido não deixa de sublinhar a «política de garrote» praticada pela Autoeuropa, que lança concursos para fornecedores e prestação de serviços «em que as empresas que ganham, para atingir os valores pretendidos, são as que pagam salários mais baixos e que menos respeitam os direitos dos trabalhadores».

Realçando que esta prática reiterada da Autoeuropa tem sido «socialmente devastadora ao longo dos anos», o PCP recorda diversas situações que o comprovam: o despedimento de dezenas de trabalhadores na Schnellecke na sequência da perda de um concurso e de meio milhar de trabalhadores da Autovision People, em 2014, no seguimento de alterações de produção na Autoeuropa; pelas mesmas razões, a Webasto despediu no ano passado os últimos 80 trabalhadores e encerrou. Na mesma semana em que o PCP emitiu o comunicado, a Logiters e a Acciona (duas empresas prestadoras de serviços para a Autoeuropa) perderam um concurso, «o que coloca mais 260 trabalhadores numa situação de grande incerteza e angústia quanto ao futuro».



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