Novas greves na Preh respondem a «provocação» patronal

LUTA A ge­rência da Preh Por­tugal, na Trofa, em vez de de­sistir da im­po­sição de tra­balho normal aos sá­bados, junta num só as dez horas que re­partia por dois em cada mês.

O re­curso à greve de­pende da uni­dade e de­cisão dos tra­ba­lha­dores

Os tra­ba­lha­dores da Preh Por­tugal voltam a fazer greve hoje, com con­cen­tração junto aos por­tões da fá­brica da mul­ti­na­ci­onal alemã, na Trofa. O SITE Norte con­vocou greves de uma hora por turno, para esta e a pas­sada quinta-feira (dia 12), e de hora e meia por turno, para dois sá­bados (dias 14 e 21). Estas lutas foram con­fir­madas em ple­ná­rios, no dia 6.
Ao propor dez horas de tra­balho aos sá­bados, a ge­rência veio in­flamar a luta em curso, acusou o sin­di­cato da Fi­e­qui­metal/​CGTP-IN, ao dar conta da pro­posta da em­presa quanto ao tra­balho ao sá­bado: trans­formar os dois sá­bados men­sais, de cinco horas de tra­balho cada, num sá­bado com dez horas de la­bo­ração.
Para os tra­ba­lha­dores, esta pro­posta é du­pla­mente pe­nosa e foi re­ce­bida como uma pro­vo­cação, re­feriu o sin­di­cato, numa nota de im­prensa que emitiu na vés­pera da pri­meira greve.
No ca­derno rei­vin­di­ca­tivo que foi apro­vado pelos tra­ba­lha­dores e apre­sen­tado à ge­rência constam, entre ou­tros pontos: au­mento sa­la­rial de quatro por cento, fim do tra­balho aos sá­bados e atri­buição de com­ple­mento noc­turno, das 20 às 22 horas, para todos os tra­ba­lha­dores, bem como a re­po­sição dos di­reitos so­ciais re­ti­rados.
In­siste-se igual­mente no fim dos abusos no re­curso ao tra­balho tem­po­rário para postos de tra­balho per­ma­nentes. Esta é uma si­tu­ação que atinge mais de me­tade dos cerca de 600 tra­ba­lha­dores, como re­feriu um di­ri­gente sin­dical à agência Lusa, no dia 12. Mi­guel Mo­reira afirmou que a greve teve nesse dia «uma adesão for­tís­sima» pro­vo­cando «muitas di­fi­cul­dades em al­gumas li­nhas» de pro­dução.

Na Sa­copor, no Car­re­gado, a greve de se­gunda-feira, dia 16, teve uma adesão muito forte e ficou mar­cada pelo en­cer­ra­mento dos por­tões, um acto de loc­kout que foi re­gis­tado pela GNR e pela ACT, cha­madas pelo SITE CSRA. A luta foi con­vo­cada com o ob­jec­tivo de exigir au­mentos sa­la­riais para as cerca de quatro de­zenas de tra­ba­lha­dores da­quela fá­brica de sacos de papel, per­ten­cente ao Grupo Cimpor.

Igual­mente por au­mentos sa­la­riais, voltam a fazer greve amanhã os tra­ba­lha­dores da Ma­ni­towoc. A 29 de Março, em ple­ná­rios nas ins­ta­la­ções em Baltar (Pa­redes) e Fân­zeres (Gon­domar) foi de­ci­dido re­a­lizar greve ao tra­balho extra (in­cluindo fe­ri­ados e fins-de-se­mana), a partir de 7 de Abril, e greves de duas horas por turno nos dias 13, 20 e 27, com con­cen­tra­ções no ex­te­rior das fá­bricas.

 



Mais artigos de: Trabalhadores

Comércio em luta até ao 1.º de Maio

REI­VIN­DICAÇÃO Os grandes grupos que do­minam o ne­gócio dos super e hi­per­mer­cados re­metem para a APED a ne­go­ci­ação dos ca­dernos rei­vin­di­ca­tivos. A as­so­ci­ação pa­tronal põe con­di­ções ina­cei­tá­veis.

Resistir, reivindicar e lutar resulta em aumentos salariais

OR­GA­NIZAÇÃO De Évora a Viana do Cas­telo, da in­dús­tria ao co­mércio, aos trans­portes e aos se­guros, con­firma-se que os tra­ba­lha­dores, com uni­dade, re­sis­tência e luta, con­se­guem re­sul­tados po­si­tivos.

Por valorização e horários na Bosch

No domingo, dia 15, no centro de Braga, o SITE Norte e trabalhadores da Bosch Car Multimedia denunciaram as pressões patronais para imposição de horários desumanos, de legalidade ferida e que não permitem conciliar o trabalho com a vida pessoal e familiar. Como «construtores do crescimento» da...

Pela integração dos «51» em Almada

No dia 13, sexta-feira, cumprindo a decisão tomada em plenário, uma semana antes, trabalhadores da Câmara Municipal de Almada manifestaram-se pelas ruas da cidade, em direcção aos Paços do Concelho, prosseguindo a luta para que 51 funcionários dos serviços de higiene urbana e limpeza, em...

Guardas prisionais param em Coimbra

No dia 11, quarta-feira, teve lugar uma concentração de guardas prisionais junto ao Estabelecimento Prisional de Coimbra, contra o horário de trabalho imposto pelo director-geral, cuja demissão voltou a ser exigida pelo Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional. Na concentração, que...