O an­tigo pre­si­dente bra­si­leiro Luiz Inácio Lula da Silva, preso há mais de um ano, afirmou que a sua con­de­nação pelo ex-juiz Sérgio Moro, que im­pediu a sua can­di­da­tura pre­si­den­cial, as­se­gurou que Jair Bol­so­naro fosse eleito.

«Isso de­monstra que foi um jogo vi­ciado», disse Lula ao jor­na­lista Jens Glunsig, da re­vista alemã Der Spi­egel, que con­se­guiu en­tre­vistar o ex-di­ri­gente sin­dical na sua prisão na Su­pe­rin­ten­dência da Po­lícia Fe­deral de Cu­ri­tiba, ca­pital do Es­tado do Pa­raná, no sul do Brasil.

Lula in­sistiu em re­cordar que, a Moro, es­co­lhido para mi­nistro da Jus­tiça de Bol­so­naro, foi-lhe pro­me­tido o cargo de juiz do Su­premo Tri­bunal Fe­deral, como o pró­prio po­lí­tico de ex­trema-di­reita re­co­nheceu pu­bli­ca­mente.

Se­gundo o portal Brasil 247, que citou partes da con­versa de Glunsig com o an­tigo pre­si­dente e sin­di­ca­lista, Lula abordou ques­tões do Brasil e do mundo, mos­trando o seu pen­sa­mento de es­ta­dista, traço au­sente no ac­tual chefe do Es­tado bra­si­leiro.

Re­co­nhe­cido como preso po­lí­tico pela As­so­ci­ação Ame­ri­cana de Ju­ristas, o fun­dador do Par­tido dos Tra­ba­lha­dores as­se­gurou que sempre soube que era ele o alvo. «Desde que a [ope­ração anti-cor­rupção] Lava-Jato co­meçou, es­tava con­ven­cido de que na re­a­li­dade ela só tinha um alvo: eu», in­dicou. Se­gundo Lula, «não era pos­sível que os meus opo­si­tores afas­tassem Dilma [Roussef], que me su­cedeu [na pre­si­dência da Re­pú­blica e no PT], para de­pois dei­xarem que eu fosse eleito pre­si­dente, isso não fazia sen­tido».