Oportunidade perdida para eliminar assimetrias

OR­DE­NA­MENTO O Go­verno não ins­creveu na pri­meira re­visão do PNPOT «po­lí­ticas es­tru­tu­rais» e «me­didas ne­ces­sá­rias» para o de­sen­vol­vi­mento e co­esão ter­ri­to­rial, acusa o PCP.

Co­esão ter­ri­to­rial e de­sen­vol­vi­mento das re­giões

Em nota do seu Ga­bi­nete de Im­prensa, o Par­tido con­si­dera que a al­te­ração do Pro­grama Na­ci­onal da Po­lí­tica de Or­de­na­mento do Ter­ri­tório (PNPOT) «de­veria cor­res­ponder ao ob­jec­tivo do con­tri­buir para o de­sen­vol­vi­mento equi­li­brado do País as­sente numa ocu­pação equi­li­brada e sus­ten­tável do ter­ri­tório, a pro­moção das con­di­ções de vida, do in­ves­ti­mento, da pro­dução, do em­prego, da de­fesa e apro­vei­ta­mento de re­cursos e ser­viços».

Mesmo assim e por ini­ci­a­tiva do PCP «foi pos­sível» al­cançar me­lho­ra­mentos, como a «ga­rantia da pro­pri­e­dade pú­blica da água, va­lo­ri­zando o papel das au­tar­quias» e a «va­lo­ri­zação do mundo rural, a pro­moção da agri­cul­tura fa­mi­liar, o apoio às pe­quenas e mé­dias ex­plo­ra­ções e a di­na­mi­zação de cir­cuitos curtos de co­mer­ci­a­li­zação, a va­lo­ri­zação do ren­di­mento dos pro­dutos, bem como o de­sen­vol­vi­mento da in­ves­ti­gação e sub­se­quente apli­cação nas ac­ti­vi­dades pro­du­tivas».

Neste con­junto de pro­postas dos co­mu­nistas consta ainda a «aposta em sec­tores es­tra­té­gicos de pro­dução na­ci­onal, que po­tencie e apro­veite os re­cursos exis­tentes em cada ter­ri­tório» e a «pro­moção de me­didas que pri­o­rizem o trans­porte pú­blico em de­tri­mento do trans­porte in­di­vi­dual, re­for­çando o ca­rácter in­ter­modal e a ar­ti­cu­lação me­tro­po­li­tana entre os di­versos modos de trans­porte».

Pers­pec­tiva er­rada

No en­tanto, «estas cor­rec­ções não al­teram o mo­delo de de­sen­vol­vi­mento e con­cep­tual que o pro­grama in­cor­pora, nem es­condem as inú­meras in­su­fi­ci­ên­cias e a sua er­rada pers­pec­tiva quanto à po­lí­tica de or­de­na­mento do ter­ri­tório de que o País pre­cisa», o que mo­tivou o voto contra do PCP.

«O PNPOT per­siste na não alo­cação dos meios, em par­ti­cular dos meios fi­nan­ceiros para a sua con­cre­ti­zação» e, no fun­da­mental, «re­mete os re­cursos para o pró­ximo quadro fi­nan­ceiro plu­ri­a­nual, dei­xando de fora o Or­ça­mento do Es­tado, per­mi­tindo mais uma vez que sejam os cri­té­rios e as pri­o­ri­dades de ter­ceiros, em par­ti­cular das ins­ti­tui­ções da União Eu­ro­peia, a de­ter­minar as op­ções que devem caber ao nosso País de­cidir», re­fere a nota di­vul­gada na se­gunda-feira, 24 de Junho, onde se es­cla­rece: «A re­fe­rência à ar­ti­cu­lação entre o PNPOT e o plano de in­ves­ti­mentos 2030 não é acom­pa­nhado da de­fi­nição de pri­o­ri­dades».

PCP re­clama de­sen­vol­vi­mento re­gi­onal

Para o PCP, os ob­jec­tivos es­tra­té­gicos pri­o­ri­tá­rios que o PNPOT de­veria as­sumir, e pelos quais se bateu, para con­tri­buir para a co­esão ter­ri­to­rial e o de­sen­vol­vi­mento das re­giões a nível eco­nó­mico, so­cial, cul­tural e am­bi­ental exigem um leque amplo de po­lí­ticas in­te­gradas que ga­rantam:

  • O de­sen­vol­vi­mento equi­li­brado do País, com o papel da in­ter­venção do Es­tado cen­tral e das re­giões au­tó­nomas;
  • A im­ple­men­tação da re­gi­o­na­li­zação, com­ba­tendo o pro­cesso de des­res­pon­sa­bi­li­zação e de trans­fe­rência de com­pe­tên­cias, que re­cu­pere as fre­gue­sias se­gundo a von­tade das po­pu­la­ções e que re­force as con­di­ções do Poder Local com ca­pa­ci­dade fi­nan­ceira re­for­çada;
  • Or­ça­mentos do Es­tado que as­se­gurem a plena uti­li­zação dos fundos co­mu­ni­tá­rios com dis­cri­mi­nação po­si­tiva nos ter­ri­tó­rios onde se jus­ti­fique;
  • Po­lí­ticas eco­nó­micas que possam romper com a ló­gica única de mer­cado na afec­tação e lo­ca­li­zação de re­cursos;
  • Uma po­lí­tica agrí­cola e flo­restal, que pri­vi­legie a ex­plo­ração fa­mi­liar e pro­du­ções que ga­rantam a ocu­pação hu­mana do ter­ri­tório;
  • Uma rein­dus­tri­a­li­zação com a va­lo­ri­zação da trans­for­mação in­dus­trial da ma­téria prima re­gi­onal na re­gião e redes de dis­tri­buição que pre­servem e in­ten­si­fi­quem os fluxos re­gi­o­nais;
  • Po­lí­ticas que ga­rantam as res­postas pú­blicas nas fun­ções so­ciais do Es­tado, no­me­a­da­mente nas áreas da Saúde, Edu­cação, Ha­bi­tação, Jus­tiça e Se­gu­rança no todo na­ci­onal, tendo em conta as ne­ces­si­dades, a par das re­a­li­dades con­cretas de cada uma das re­giões.




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