PCP com «esperança que incentiva à luta» quer respostas aos trabalhadores e ao País

MEN­SA­GENS Je­ró­nimo de Sousa de­sejou aos tra­ba­lha­dores e ao povo « um ano novo me­lhor onde pre­va­leça a jus­tiça so­cial e o pro­gresso nesta nossa pá­tria que que­remos so­be­rana e de paz».

«Na po­lí­tica como na vida, há op­ções, há es­co­lhas»

Em men­sagem di­vul­gada na sexta-feira, 27, o Se­cre­tário-geral do PCP lem­brou que o tempo é de «in­cer­teza e in­qui­e­tação» porque, apesar de «vi­rarmos a pá­gina do ca­len­dário, sub­sistem pro­blemas que afectam os que não têm um em­prego com di­reitos, os que são atin­gidos pela po­breza e pelas in­jus­tiças», aqueles que so­bre­vivem «com vín­culos pre­cá­rios, sa­lá­rios e re­formas baixas» ou ca­recem de «acesso à Saúde, à ha­bi­tação».

Num tempo em que se cava «ainda mais o fosso entre ricos e po­bres», con­tudo, o PCP não deixa de falar em es­pe­rança «porque isto não pode ser uma fa­ta­li­dade».

«Na po­lí­tica como na vida», pre­cisou ainda Je­ró­nimo de Sousa, «há op­ções, há es­co­lhas». E por isso «não acei­tamos que em nome das contas certos com os grupos eco­nó­micos, se façam contas er­radas com os tra­ba­lha­dores e o povo por­tu­guês. Temos um País com po­ten­ci­a­li­dades e pos­si­bi­li­dades para dar res­posta a quem tra­balha ou já tra­ba­lhou, aos tra­ba­lha­dores da cul­tura e das artes, aos pe­quenos e mé­dios em­pre­sá­rios, aos que teimam na agri­cul­tura fa­mi­liar e nas pescas, aos que va­lo­rizam os ser­viços pú­blicos com o seu saber, à ju­ven­tude que es­tuda e tra­balha».

Nesse sen­tido, o di­ri­gente co­mu­nista de­fendeu «uma po­lí­tica que dê valor aos di­reitos dos tra­ba­lha­dores e do povo, que as­se­gure o de­sen­vol­vi­mento so­be­rano do País», e su­bli­nhou «não a es­pe­rança que fica à es­pera, mas a es­pe­rança que in­cen­tiva à luta», para a qual, ga­rantiu, «podem contar com o PCP», bem como com a sua ini­ci­a­tiva e pro­posta.

Omis­sões re­le­vantes
No dia an­te­rior, 26 de De­zembro, já Jorge Pires havia re­a­gido à men­sagem de Natal do pri­meiro-mi­nistro ma­ni­fes­tando, igual­mente, pre­o­cu­pa­ções. Na mis­siva, An­tónio Costa re­alçou o au­mento dos meios para o Ser­viço Na­ci­onal de Saúde pre­visto para o pró­ximo ano. To­davia, para o membro da Co­missão Po­lí­tica do PCP, «quer re­la­ti­va­mente ao SNS quer a ou­tros ser­viços pú­blicos e fun­ções so­ciais do Es­tado, as po­lí­ticas do Go­verno estão muito de­pen­dentes das suas op­ções, no­me­a­da­mente pela ob­sessão pelo dé­fice zer e pelo ex­ce­dente or­ça­mental».

«Po­demos até dizer que o que falta para a re­so­lução dos pro­blemas do SNS é aquilo que vai para a ob­sessão com o dé­fice zero e o ex­ce­dente or­ça­mental, e sobre isso o pri­meiro-mi­nistro não disse nada», acusou Jorge Pires.

Como foi omisso, sa­li­entou ainda Jorge Pires, acerca «do ina­cei­tável au­mento em 0,3 por cento para os tra­ba­lha­dores da Ad­mi­nis­tração Pú­blica, sobre um au­mento das pen­sões e re­formas que fica muito aquém da­quilo que são as ne­ces­si­dades, ou sobre os di­reitos dos tra­ba­lha­dores», ques­tões «im­por­tan­tís­simas para a vida dos por­tu­gueses».

«E mesmo sobre a Saúde po­demos dizer que aquilo que foi anun­ciado, fica muito longe da­quilo que são as ne­ces­si­dades do SNS», acres­centou. Omis­sões na men­sagem go­ver­na­mental que não es­cla­recem, por exemplo, se o au­mento do or­ça­mento da Saúde é para co­brir a sub-or­ça­men­tação dos úl­timos anos; se «parte desta verba vai para pagar dí­vida acu­mu­lada»; se a con­tra­tação de pro­fis­si­o­nais de saúde anun­ciada cobre as saídas pre­vistas por re­forma, emi­gração ou tran­sição para o sector pri­vado, ou, ainda, o que vai fazer para «com­bater a pro­mis­cui­dade que tem exis­tido entre o pú­blico e o pri­vado», aca­bando com a «dre­nagem» de di­nheiro pú­blico para estes úl­timos, sa­bendo-se que, neste mo­mento, cerca de 40 por cento do or­ça­mento do SNS vai para aqueles.

 



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