Culturas intensivas são perigosas e não combatem a desertificação

A Di­recção da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal de Cas­telo Branco do PCP alerta que «com o cres­ci­mento de áreas de re­gadio têm sur­gido ex­plo­ra­ções in­ten­sivas e su­pe­rin­ten­sivas com ca­pital es­tran­geiro» no dis­trito, e dá como exemplo que «uma só em­presa tem, nos con­ce­lhos do Fundão e Idanha-a-Nova, uma plan­tação de 5000 hec­tares de amen­doal».

Em co­mu­ni­cado, a DORCB do PCP re­corda que «o modo de pro­dução agrí­cola su­pe­rin­ten­sivo as­senta numa sobre-ex­plo­ração da terra, com plan­ta­ções em com­passos re­du­zidos, tra­du­zindo-se numa ele­vada den­si­dade de ocu­pação do solo, a que se as­so­ciam con­sumos de água su­pe­ri­ores aos tra­di­ci­o­nais e a uti­li­zação mas­siva de agroquí­micos – fer­ti­li­zantes e pes­ti­cidas – e em que as plan­ta­ções ra­ra­mente apre­sentam du­ração su­pe­rior a 20 anos».

Mais, su­blinha-se, a «in­ten­si­fi­cação destas cul­turas em áreas con­tí­nuas de grande di­mensão cons­titui por si só um risco ele­vado das plan­ta­ções à ex­po­sição a agentes bió­ticos no­civos, re­que­rendo uma atenção re­do­brada, a que se as­socia como prá­tica comum a in­ten­si­fi­cação da uti­li­zação de pes­ti­cidas para con­trolo das pragas, em muitos casos apli­cados com re­curso a pul­ve­ri­zação aérea e pul­ve­ri­zação a alta pressão», factos que co­locam um con­junto de efeitos sobre «a bi­o­di­ver­si­dade e as po­pu­la­ções» que «está longe de se en­con­trar ava­liado», como longe estão «de se co­nhe­cerem as suas con­sequên­cias a prazo».

Além dos po­ten­ciais pe­rigos para o am­bi­ente e a saúde pú­blica, as plan­ta­ções em re­gime in­ten­sivo e su­pe­rin­ten­sivo não pro­movem o po­vo­a­mento nem a di­na­mi­zação da eco­nomia local, notam os co­mu­nistas al­bi­cas­trenses, que lem­bram, ainda, que PCP «de­fende a pro­dução na­ci­onal a partir es­sen­ci­al­mente da agri­cul­tura fa­mi­liar, e bate-se por uma po­lí­tica agrí­cola que res­ponda aos pro­blemas do País, seja capaz de as­se­gurar ní­veis ade­quados de con­sumo (so­be­rania ali­mentar) e de se­gu­rança da qua­li­dade ali­mentar, pro­mova o em­prego e a me­lhoria das con­di­ções de vida dos agri­cul­tores e dos tra­ba­lha­dores».



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