«A luta não pode ficar confinada perante a injustiça e a exploração»

COM­BATES O PCP prestou ho­me­nagem a Ca­ta­rina Eu­fémia, evocou a luta dos co­mu­nistas contra a di­ta­dura fas­cista e falou do fu­turo: «Ja­mais dei­xa­remos de olhar para trás e para o hon­roso ca­minho que per­cor­remos, ja­mais des­cu­ra­remos tão-pouco os com­bates do fu­turo», ga­rantiu Je­ró­nimo de Sousa.

PCP ho­me­na­geou Ca­ta­rina Eu­fémia no 66.º ani­ver­sário do seu as­sas­si­nato

«Po­demos viver tempos di­fí­ceis como aqueles que vi­vemos que este Par­tido Co­mu­nista Por­tu­guês não es­quece e aqui es­tará para fazer, em cada Maio que o fu­turo trans­porte, a nossa sempre sen­tida ho­me­nagem à cam­po­nesa Ca­ta­rina Eu­fémia de Ba­leizão, que a sua ex­tra­or­di­nária co­ragem tornou sím­bolo da luta do com­ba­tivo pro­le­ta­riado agrí­cola do Alen­tejo, da luta do nosso povo pela li­ber­dade e pela eman­ci­pação dos tra­ba­lha­dores e do povo, or­gulho dos tra­ba­lha­dores por­tu­gueses e do seu Par­tido.»

Pa­la­vras do Se­cre­tário-geral do PCP, no do­mingo, 24, em Ba­leizão, na ho­me­nagem a Ca­ta­rina, por oca­sião do 66.º ani­ver­sário do seu as­sas­si­nato pelo fas­cismo.

Este ano, o 19 de Maio de 1954 foi as­si­na­lado de forma di­fe­rente de­vido à pan­demia de COVID-19. Não houve des­file pela al­deia nem cante: Je­ró­nimo de Sousa de­po­sitou cravos ver­me­lhos na campa de Ca­ta­rina, e, de­pois, no largo do ce­mi­tério, falou aos par­ti­ci­pantes, de más­cara, res­pei­tando o dis­tan­ci­a­mento acon­se­lhado, muitos deles em­pu­nhando ban­deiras do PCP. O líder do Par­tido es­tava la­deado de João Dias Co­elho, da Co­missão Po­lí­tica, João Pau­zinho, do Co­mité Cen­tral, Sil­vestre Troncão, da Co­missão de Fre­guesia, e João Dias, de­pu­tado à As­sem­bleia da Re­pú­blica.

«Este é também o local certo para, evo­cando o nome de Ca­ta­rina, o nome dessa len­dária he­roína po­pular, re­a­firmar que a sua luta e a luta do seu Par­tido, que com fir­meza abraçou, é hoje tão pre­cisa e ne­ces­sária como foi no pas­sado (…). Sim, ja­mais dei­xa­remos de olhar para trás e para o hon­roso ca­minho que per­cor­remos, mas ja­mais des­cu­ra­remos tão-pouco os com­bates do fu­turo», afirmou.

Ini­ci­a­tiva e luta

Je­ró­nimo de Sousa lem­brou que também hoje o Par­tido luta e toma nas mãos a ini­ci­a­tiva po­lí­tica para as­se­gurar a de­fesa dos di­reitos e in­te­resses dos tra­ba­lha­dores e do povo.

De­nun­ciou que, neste Maio, «aqueles que as­piram a ter o campo aberto e livre para apro­fundar a ex­plo­ração e aplicar a lei da selva nas re­la­ções de tra­balho, en­ce­taram, em nome do com­bate à epi­demia, uma ver­go­nhosa cam­panha vi­sando con­di­ci­onar e pa­ra­lisar a acção dos tra­ba­lha­dores e das suas or­ga­ni­za­ções re­pre­sen­ta­tivas em de­fesa dos seus le­gí­timos in­te­resses».

E re­alçou: «A acção ter­ro­rista que os grandes in­te­resses do ca­pi­ta­lismo rei­nante e seus acó­litos de­sen­ca­de­aram contra as ini­ci­a­tivas da CGTP-IN do 1.º de Maio não foi ino­cente, nem a sua pre­o­cu­pação era ou é a saúde dos tra­ba­lha­dores. O seu ob­jec­tivo era impor o con­fi­na­mento da luta. Era im­pedir e abafar que o grito de alerta e de exi­gência de so­lução para os pro­blemas so­ciais e eco­nó­micos que atingem os tra­ba­lha­dores e o povo pu­desse fazer ca­minho».

Mas en­ga­naram-se, porque «a luta não pode ficar con­fi­nada pe­rante a in­jus­tiça e a ex­plo­ração». Tendo pre­sente que os tra­ba­lha­dores são atin­gidos pelos efeitos da epi­demia e pelo apro­vei­ta­mento que fazem dela, o PCP, «para fazer frente a esta si­tu­ação, in­ter­pre­tando o sen­ti­mento, as ne­ces­si­dades e as as­pi­ra­ções dos tra­ba­lha­dores e do povo, pro­curou por todos os meios re­clamar a re­so­lução dos seus pro­blemas, as­su­mindo uma ati­tude de pro­posta no quadro da As­sem­bleia da Re­pú­blica, com esse ob­jec­tivo».

São pro­postas para res­ponder ao es­sen­cial dos pro­blemas mais pre­mentes, tais como, entre ou­tras, a pro­posta de proi­bição de des­pe­di­mentos neste pe­ríodo, en­vol­vendo a re­po­sição dos vín­culos de todos os en­tre­tanto des­pe­didos, pro­posta que se deve as­so­ciar à justa re­vin­di­cação de ga­rantir a todos os tra­ba­lha­dores a re­mu­ne­ração a 100%. Assim como justa é a pro­posta do PCP de re­gu­la­men­tação do Sub­sídio de In­sa­lu­bri­dade, Pe­no­si­dade e Risco, para os tra­ba­lha­dores dos sec­tores pú­blico e pri­vado, a que se deve somar a exi­gência de um sub­sídio ex­tra­or­di­nário para todos os tra­ba­lha­dores que per­ma­ne­ceram no tra­balho em fun­ções par­ti­cu­lar­mente ex­postas.




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