É preciso uma viragem nas políticas ambientais

LUSA


A de­pu­tada co­mu­nista Alma Ri­vera voltou a alertar para a ne­ces­si­dade de ir às causas - «meter o dedo na fe­rida», foi a ex­pressão usada – dos pro­blemas am­bi­en­tais e ener­gé­ticos que estão co­lo­cados à hu­ma­ni­dade, sem o que nunca se acer­tará nas so­lu­ções.

A raiz para a «emer­gência am­bi­ental» está na «pro­dução des­li­gada das ne­ces­si­dades», na in­ces­sante busca de ma­xi­mizar o «lucro», na «pri­va­ti­zação de sec­tores es­sen­ciais», na «de­pre­dação de re­cursos», em suma, no modo de pro­dução ca­pi­ta­lista, re­alçou a par­la­mentar do PCP, que lem­brou que o am­bi­ente também é palco da luta de classes» e que «há quem use as al­te­ra­ções cli­má­ticas para em­po­brecer quem tra­balha e au­mentar as de­si­gual­dades entre pes­soas e países».

Para Alma Ri­vera, que fa­lava em re­cente de­bate de ur­gência cen­trado nas ques­tões am­bi­en­tais, os pro­blemas neste do­mínio «não se re­solvem com me­ca­nismos fi­nan­ceiros e es­pe­cu­la­tivos», nem com a «ta­xação dos com­por­ta­mentos in­di­vi­duais» en­quanto se «fecha os olhos aos grandes po­lui­dores».

Veja-se o «mer­cado do car­bono», exem­pli­ficou, que não passa de um «novo ne­gócio», «apenas alta fi­nança e pouca eco­logia». E ad­vo­gando uma «vi­ragem nas po­lí­ticas am­bi­en­tais», de­fendeu que o ca­minho está no re­forço (em meios e tra­ba­lha­dores) dos or­ga­nismos do Es­tado que gerem e mo­ni­to­rizam os pa­râ­me­tros am­bi­en­tais; numa «ver­da­deira po­lí­tica de re­ci­clagem e aterros»; no «com­bate à ob­so­les­cência pro­gra­mada»; numa «po­lí­tica que pro­mova o uso ra­ci­onal da água»; numa aposta a «sério» nos trans­portes pú­blicos, de­sig­na­da­mente na fer­rovia; no au­mento da pro­dução na­ci­onal para «não con­ti­nuar com o crime am­bi­ental que é mandar vir de longe o que se pode pro­duzir lo­cal­mente e de ma­neira equi­li­brada».




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