Cortar amarras que tolhem o futuro

Ideia forte su­bli­nhada por Paula Santos na sua in­ter­venção foi a de que a re­so­lução dos pro­blemas na­ci­o­nais exige me­didas e «res­postas de longo prazo», mas não cer­ta­mente do tipo das que en­qua­dram o anun­ciado «fundo de re­cu­pe­ração». Este é in­dis­so­ciável do in­cre­mento de «po­lí­ticas e de re­formas ne­o­li­be­rais», pelo que tais me­didas estão im­preg­nadas de «con­di­ci­o­na­lismos e su­jei­ções ma­cro­e­co­nó­micas e po­lí­ticas».

A de­pu­tada co­mu­nista lem­brou que o povo tem bem pre­sente o que foram esses ne­gros anos da troika e das ditas «re­formas es­tru­tu­rais» então im­postas pela União Eu­ro­peia – uma po­lí­tica des­tru­tiva que só agravou os pro­blemas dos povos, com o acen­tuar da ex­plo­ração, das de­si­gual­dades, da po­breza, das as­si­me­trias entre países -, con­si­de­rando por isso que o nosso País não pre­cisa de «perder mais par­celas da sua so­be­rania, nem de po­lí­ticas di­tadas ao sabor dos cri­té­rios e das agendas de ou­tros, di­ri­gidas pelas grandes po­tên­cias da União Eu­ro­peia, para servir os in­te­resses das grandes mul­ti­na­ci­o­nais».

O que pre­cisa, isso sim, é de «res­gatar os ins­tru­mentos de so­be­rania para tomar as suas op­ções em função da nossa re­a­li­dade con­creta, sem con­di­ci­o­na­lismos nem cons­tran­gi­mentos», su­bli­nhou Paula Santos, que de­fendeu que a cons­trução de um fu­turo de pro­gresso e de­sen­vol­vi­mento, num Por­tugal livre e so­be­rano, pres­supõe, obri­ga­to­ri­a­mente, uma mu­dança de rumo.

O que im­plica, por­me­no­rizou, «in­vestir na mo­der­ni­zação e di­ver­si­fi­cação da ac­ti­vi­dade eco­nó­mica», «re­cu­perar o que nunca devia ter sido pri­va­ti­zado», «ace­lerar o in­ves­ti­mento nas infra-es­tru­turas e re­forçar os ser­viços pú­blicos», «li­bertar o País da sub­missão ao euro e à União Eu­ro­peia».



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