Contas por acertar nos CTT
«Corrijam também os salários negociados em baixa com base nas contas que agora foram obrigados a corrigir», exigiu o Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT), num comunicado em que reagiu à notícia de que Anacom deu como corrigidas, na semana passada, as contas apresentadas pela administração dos CTT relativas aos anos de 2016 e 2017.
A correcção, como referiu a informação da entidade reguladora, remetendo para uma decisão de dia 10, deu cumprimento a uma determinação de Junho do ano passado, após uma auditoria, e originou «uma diminuição dos gastos atribuídos à actividade postal em cerca de 30 milhões de euros», com um aumento equivalente dos gastos na actividade bancária.
O SNTCT salienta que a gestão dos CTT «quis esconder, mas foi apanhada». Recordando que os seus alertas sobre este assunto tinham sido refutados, o sindicato da Fectrans/CGTP-IN reafirma que «a actividade postal continua a ser o grande – enorme mesmo – suporte da actividade dos CTT». «Contudo, os trabalhadores cuja actividade principal é “correio”, além de continuarem a ter de dar a cara – todos os dias – por erros de serviço derivados de uma errada política de gestão, continuam também a ver decrescer o seu poder de compra, enquanto os lucros que geram são canalizados para o Banco CTT», protesta o sindicato.
Depois de referir vários exemplos de situações que ilustram as condições de trabalho no dia-a-dia e as injustiças na política de remuneração e de avaliação, o SNTCT questiona: «Para quando a correcção de todas as anomalias provocadas por uma gestão que, ainda, não entendeu que é a única parte dispensável no todo dos trabalhadores da empresa?»
Aumentos salariais
«Se os CTT não alterarem a sua posição no dia 29 de Setembro, no sentido de chegar a um acordo, certamente que o 3.º trimestre de 2020 vai ter um clima laboral muito complicado», avisaram os sindicatos que insistem em negociar os aumentos salariais deste ano.
Para aquela data, próxima terça-feira, foi marcada uma reunião negocial, na fase de conciliação, na DGERT (Ministério do Trabalho). Na primeira sessão, dia 2, os CTT mantiveram a recusa de aumentos salariais e pretendiam encerrar o processo.
O SNTCT e mais oito sindicatos insistiram na continuação das negociações e decidiram elaborar uma proposta conjunta para dia 29, porque «não é por falta de dinheiro que os CTT se recusam a negociar aumentos salariais».