Greve na Lisnave Yards parou estaleiro da Mitrena

SOLIDARIEDADE Com uma adesão de 90 por cento, a greve de 24 horas dos trabalhadores da Lisnave Yards, dia 17, foi apoiada com um plenário do pessoal das empresas Lisnave e Garagem Bocage.

Só a luta pode travar a desvalorização do trabalho

Os trabalhadores da Lisnave Yards, organizados no SITE Sul, avançaram para esta forma de luta, seguida de greve a todo o trabalho suplementar, até às 00h30 do dia 20, para exigirem aumentos salariais e a negociação do Caderno Reivindicativo.

Como referiu o sindicato da Fiequimetal/CGTP-IN, são também reivindicadas «as devidas remunerações para os trabalhadores que assumem funções superiores» e «melhores condições de trabalho nos equipamentos, ferramentas e de saúde», e é contestada a sobrecarga de trabalho, «com jornadas de 16 horas ou mais e com semanas completas a trabalhar de seguida».

A luta visou também reclamar o fim do regime de adaptabilidade, que coloca o tempo de trabalho «muitas horas acima de qualquer outro sistema e da lei».

No momento em que se iniciava uma concentração, marcada para as 8h30 na portaria principal do estaleiro naval da Mitrena (Setúbal), o sindicato informou que a greve, iniciada às 00h30, contava com «uma adesão de 90 por cento, estando o estaleiro completamente parado», também porque «os trabalhadores das empresas Lisnave e Garagem Bocage reuniram-se em plenário, em solidariedade com a luta dos trabalhadores da Lisnave Yards».

A Secretária-geral da CGTP-IN, que se juntou a esta concentração, transmitiu a solidariedade da confederação. Isabel Camarinha, citada pela agência Lusa, criticou a «grande desvalorização» de trabalhadores que laboram no estaleiro da Lisnave «ao lado de outros com as mesmas qualificações, com a mesma função», mas «têm salários mais baixos e nem sequer têm desenvolvimento na sua carreira profissional, mantendo-se em categorias de fim de tabela, quando já têm muitos anos de experiência, de qualificações e de trabalho especializado».

A greve do pessoal da Lisnave Yards foi considerada pela dirigente como um exemplo para a luta mais geral, «contra este modelo que temos no nosso País, que já existia antes da epidemia e que agora ainda se acentuou mais». Pela valorização do trabalho e dos trabalhadores, Isabel Camarinha apelou à participação nas iniciativas da acção de luta nacional, convocada para dia 26, sábado (que noticiamos na pág. 32).

 



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