Unidade e luta com resultados na CAMO, Plural e Lusa

EXEM­PLOS Unidos e or­ga­ni­zados e mos­trando-se de­ter­mi­nados a lutar, os tra­ba­lha­dores con­se­guiram im­pedir um des­pe­di­mento co­lec­tivo, re­chaçar o «banco» de horas e pre­servar ren­di­mentos ata­cados.

As formas de luta de­ci­didas ti­veram efi­cácia só por serem con­vo­cadas

Em ple­nário, na se­gunda-feira, dia 16, os tra­ba­lha­dores da agência Lusa apro­varam a pro­posta da ad­mi­nis­tração para re­po­sição do sub­sídio de trans­porte que fora eli­mi­nado nas re­mu­ne­ra­ções de Ou­tubro.
Logo a 3 de No­vembro, os tra­ba­lha­dores de­ci­diram fazer greve, que os sin­di­catos (SITE CSRA, Sin­di­cato dos Jor­na­listas e Si­tese) con­vo­caram para dias 13 e 14.
Em causa es­tava o corte de 29,65 euros na re­mu­ne­ração mensal. Na so­lução pro­posta pela ad­mi­nis­tração nas vés­peras da greve (e que levou à sus­pensão desta), o ple­nário cri­ticou a di­visão do sub­sídio de trans­porte em duas frac­ções. Num co­mu­ni­cado con­junto dos sin­di­catos, ci­tado dia 16 numa no­tícia da agência Lusa, dá-se nota de «dú­vidas e des­con­fi­anças» em re­lação a tal re­par­tição, que não tem «qual­quer jus­ti­fi­cação».
No en­tanto, a apro­vação da pro­posta pa­tronal foi en­ten­dida como a ma­neira mais cé­lere de re­aver o ren­di­mento cor­tado.

O «banco» de horas na Plural – Co­o­pe­ra­tiva Far­ma­cêu­tica foi «der­ro­tado também com votos», «apesar das ma­no­bras e pres­sões pa­tro­nais».
No re­fe­rendo, dia 13, foram con­tados 61 por cento de votos contra o «banco» de horas, o que re­pre­sentou «uma vi­tória inequí­voca dos tra­ba­lha­dores», como afir­maram os sin­di­catos da Fi­e­qui­metal com as­so­ci­ados na em­presa. Num co­mu­ni­cado con­junto, o SITE Norte, o SITE Centro-Norte, o SITE CSRA e o SITE Sul con­si­deram que «os tra­ba­lha­dores da Plural mos­traram de forma clara que não aceitam que a em­presa uti­lize os seus tempos de des­canso, a custo zero».
Para os sin­di­catos, «é pre­ciso va­lo­rizar os tra­ba­lha­dores», até porque, «neste pe­ríodo de pan­demia, a ac­ti­vi­dade no sector da dis­tri­buição de pro­dutos far­ma­cêu­ticos au­mentou a um ritmo como nunca se viu».

So­lução em menos
de um mês

Foi tra­vado «com uni­dade, fir­meza e de­ter­mi­nação» o des­pe­di­mento co­lec­tivo en­ce­tado na CAMO, em Vila Nova de Gaia, sa­li­entou o SITE Norte, num co­mu­ni­cado que di­vulgou de­pois de re­a­lizar, no dia 6, um ple­nário de tra­ba­lha­dores na fa­bri­cante de au­to­carros do grupo Pérez Rumbao.
O sin­di­cato da Fi­e­qui­metal/​CGTP-IN in­formou que, na reu­nião, «foi va­lo­ri­zada a firme res­posta co­lec­tiva que levou a ad­mi­nis­tração a re­verter a in­tenção de des­pedir 24 tra­ba­lha­dores, anun­ciada a 9 de Ou­tubro» e ob­servou que, «em menos de um mês, ficou com­pro­vado que havia ou­tras so­lu­ções para res­ponder aos pro­blemas, como o SITE Norte e os tra­ba­lha­dores sempre re­al­çaram».
Na nota à co­mu­ni­cação so­cial, re­corda-se que a in­tenção de des­pe­di­mento foi de­nun­ciada pu­bli­ca­mente, a 14 de Ou­tubro, e no dia 16 foi re­a­li­zada à porta da CAMO uma con­cen­tração de di­ri­gentes e de­le­gados.
Para con­tra­riar o des­pe­di­mento, «o sin­di­cato reuniu-se três vezes com a ad­mi­nis­tração» e «a cada reu­nião se­guiu-se um ple­nário, para in­formar os tra­ba­lha­dores e de­cidir os passos a dar». «Chegou a ser ad­mi­tido or­ga­nizar uma des­lo­cação de tra­ba­lha­dores à Ga­liza, para levar o pro­testo até à sede do grupo», e foi so­li­ci­tada por duas vezes a in­ter­venção da Au­to­ri­dade para as Con­di­ções do Tra­balho: quando a CAMO en­tregou ser­viço a em­presas sub­con­tra­tadas, em­bora ale­gasse que­bras de en­co­mendas para jus­ti­ficar o des­pe­di­mento; e por ser in­cluído na in­tenção de des­pe­di­mento um tra­ba­lhador a quem a em­presa tinha aca­bado de re­novar o con­trato por dez meses, ale­gando acrés­cimo de en­co­mendas.
O SITE Norte su­bli­nhou que esta foi uma «vi­tória im­por­tante também para o fu­turo».
Por um lado, «com a forte li­gação que a CAMO tem à as­so­ci­ação pa­tronal AIMMAP, este des­pe­di­mento teria cer­ta­mente con­sequên­cias graves para muitos ou­tros tra­ba­lha­dores da em­presa e do sector me­ta­lúr­gico». Por outro lado, «esta vi­tória na luta em de­fesa do em­prego vem re­forçar as po­si­ções dos tra­ba­lha­dores e do SITE Norte», tal como uma re­cente de­cisão da ACT, a re­a­firmar que devem ser con­tados no «pe­ríodo de nojo» apenas os dias úteis.
«Estes re­sul­tados não dei­xarão de se re­flectir po­si­ti­va­mente nas ne­go­ci­a­ções para a re­visão do Acordo de Em­presa, que em breve se de­verão ini­ciar», co­mentou ainda o sin­di­cato.

 



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