Prorrogar moratórias em defesa das famílias e empresas
O PCP levou ontem a debate na AR um projecto de lei (apresentado a 5 de Março mas só agora agendado) que estabelece a prorrogação e o alargamento por mais seis meses das moratórias bancárias.
A iniciativa encontra plena justificação no facto de a situação económica e social ter vindo a sofrer nos últimos meses uma acentuada degradação, que é hoje bem pior do que no momento que motivou a criação das moratórias.
Entende assim o PCP que não estão criadas as condições para, em muitos casos, dar início à regularização dos créditos, sejam empréstimos às pequenas empresas sejam créditos à habitação contraídos por famílias.
Isto mesmo foi sublinhado pelo deputado comunista Duarte Alves, anteontem, 31, em audição na AR ao governador do Banco de Portugal, a quem lembrou que não pode ser ignorada a realidade com que são confrontadas muitas famílias com crédito à habitação e muitas empresas que recorreram às moratórias: «o não terem neste momento condições para começar a pagar as prestações de forma normal, porque a vida não está normal».
«Estamos hoje numa situação mais grave do que aquela que existia há um ano», alertou o parlamentar do PCP, para quem a medida proposta pela sua bancada é fundamental para dar resposta à situação urgente dos milhares de portugueses.
Defendida por Duarte Alves foi ainda a ideia de que, estando por saber como estarão as coisas daqui por seis meses, o que importa desde já é que sejam criadas medidas para que no futuro próximo «possa regressar-se o mais possível à normalidade da vida em todos os seus domínios». O que pressupõe medidas concretas ao nível, nomeadamente, dos apoios sociais, da promoção do emprego e dos rendimentos, ao nível da vacinação.