Após um ano de manifestações vitoriosas contra três leis agrárias, milhares de agricultores suspenderam a sua luta e começaram, no dia 11, a deixar a capital, Nova Delhi, de regresso a suas casas, em diferentes Estados da Índia.

A frente unida de sindicatos agrícolas que coordenou a luta anunciou a suspensão dos protestos depois de o governo ter aceitado as exigências colocadas pelos camponeses.

Além da revogação formal pelo parlamento, sem debate, das leis contestadas, que liberalizavam o comércio de produtos agrícolas, o governo direitista de Narendra Modi acedeu em constituir uma comissão que tratará de rever os preços mínimos de apoio aos agricultores, para proteger as suas colheitas face às flutuações do mercado, bem como do cancelamento de processos judiciais contra os trabalhadores do campo nos Estados de Haryana e Uttar Pradesh.

As autoridades estaduais de Haryana aceitaram indemnizar e outorgar um posto de trabalho estatal a familiares dos agricultores mortos pelas forças policiais durante as manifestações, assim como retirar as queixas apresentadas contra os trabalhadores durante as lutas, que incluíram greves, marchas e manifestações na capital, em cujos arredores, em cinco zonas, estiveram acampados ao longo de vários meses milhares de manifestantes.

Os líderes dos sindicatos agrícolas anunciaram que se reunirão de novo a 15 de Janeiro do próximo ano, para comprovar o cumprimento das suas exigências. «Se o governo não cumprir as suas promessas, retomaremos as manifestações», garantiram.