Escaladas

Nas úl­timas duas se­manas as­sis­timos a um novo salto no ataque me­diá­tico ao PCP, in­se­rido numa di­nâ­mica an­ti­de­mo­crá­tica, com um salto qua­li­ta­tivo que afronta va­lores que se im­pu­seram na so­ci­e­dade por­tu­guesa com Abril. A 23 de Abril, em vés­peras do ani­ver­sário da Re­vo­lução, o DN pu­blica um longo texto da jor­na­lista Fer­nanda Câncio em que esta trans­porta uma velha as­pi­ração dos sec­tores mais re­ac­ci­o­ná­rios: a cri­mi­na­li­zação dos co­mu­nistas. Quem sabe se ins­pi­rada pelas prá­ticas pros­se­guidas pelo poder po­lí­tico ucra­niano no tra­ta­mento dos co­mu­nistas e de quem mais se lhe oponha, foi à pro­cura de ar­gu­men­tação ju­rí­dica para im­putar ao PCP «dis­curso de ódio», des­ta­cando mesmo uma su­gestão: «que o Mi­nis­tério Pú­blico deve abrir um inqué­rito».

Os es­forços para a im­po­sição de um pen­sa­mento único já ti­nham as­su­mido di­versas ex­pres­sões no plano me­diá­tico, de que é exemplo a de­tur­pação das po­si­ções do PCP ou, mesmo, a forma como al­guns se pre­tendem mesmo subs­ti­tuir ao PCP quando se trata de as afirmar: veja-se a peça da SIC sobre o co­mício de 6 de Março ou o re­curso a fór­mulas como «O PCP diz que con­dena...». A ver­dade não passa de um in­có­modo que exige uma ex­pli­cação: o PCP até pode dizer que a sua po­sição é uma mas há quem nas re­dac­ções não ab­dique de in­si­nuar que, na ver­dade, será outra. O DN e Fer­nanda Câncio re­sol­veram co­locar a fas­quia ainda mais alta e cri­mi­na­lizar os co­mu­nistas: algo que deixou de ser prá­tica, em Por­tugal, há 48 anos.

No en­tanto, não é só no DN que há quem queira trans­portar para Por­tugal as prá­ticas que o poder ucra­niano põe em prá­tica desde 2014. De­pois de lan­çada a lebre pela ina­cre­di­tável em­bai­xa­dora da­quele país em Por­tugal (que, en­tre­tanto, perdeu mais um grão de ver­gonha e já vai a ma­ni­fes­ta­ções pro­mo­vidas por par­tidos po­lí­ticos por­tu­gueses, a IL), o Ex­presso fez man­chete com a acu­sação «ucra­ni­anos re­ce­bidos em Câ­mara da CDU por russos pró-Putin». Quais são os factos? A Câ­mara de Se­túbal tem um ga­bi­nete para re­ceber re­fu­gi­ados ucra­ni­anos, a que es­tava afecta uma tra­ba­lha­dora da au­tar­quia, que, sendo russa, também é por­tu­guesa. Um ser­viço da au­tar­quia que tra­ba­lhava com uma as­so­ci­ação de imi­grantes do Leste eu­ropeu, re­co­nhe­cida pelas au­to­ri­dades cen­trais como tal, que in­tegra russos mas também mol­davos e ucra­ni­anos. En­tre­tanto veio a saber-se, e o Ex­presso também o sabia antes de pu­blicar a no­tícia, como o jor­na­lista Vítor Matos que a as­sina disse en­tre­tanto, que não é apenas em Se­túbal que existem as­so­ci­a­ções de imi­grantes que juntam russos, ucra­ni­anos e ou­tros imi­grantes do Leste, e que co­la­boram com au­tar­quias na in­te­gração dos que chegam.

O Ex­presso entra em força na rus­so­fobia cres­cente, agi­tando sen­ti­mentos xe­nó­fobos que con­trastam com a forma como a ge­ne­ra­li­dade das au­tar­quias e o nosso povo têm re­ce­bido ao longo dos anos imi­grantes russos e ucra­ni­anos, e mesmo da forma como grande parte destas co­mu­ni­dades con­vivem há anos – de que é um bom exemplo a pre­cisa exis­tência destas as­so­ci­a­ções. E, como sempre, ata­cando aqueles que re­cusam a guerra e se batem pelas re­la­ções de co­o­pe­ração e ami­zade entre os povos, que tão ne­ces­sá­rias são neste mo­mento na Ucrânia: o PCP.

 



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