O pro­grama des­por­tivo da Festa as­sentou no di­reito, con­sa­grado cons­ti­tu­ci­o­nal­mente, de todos os por­tu­gueses ao des­porto e ac­ti­vi­dade fí­sica. Isso mesmo foi su­bli­nhado por Je­ró­nimo de Sousa, Se­cre­tário-geral do PCP, quando, na tarde de sá­bado, vi­sitou o es­paço de­di­cado ao des­porto.

«Esta ini­ci­a­tiva tem como ob­jec­tivo va­lo­rizar o des­porto, so­bre­tudo, o des­porto de in­clusão, vi­sando o de­sen­vol­vi­mento in­te­gral do ci­dadão por meio da cul­tura e da prá­tica des­por­tiva», re­alçou na al­tura, numa breve alo­cução pro­fe­rida di­ante de muitos jor­na­listas. Por isso, os pra­ti­cantes do des­porto adap­tado que estão aqui «me­recem uma sau­dação es­pe­cial», tal como os «di­ri­gentes do Mo­vi­mento As­so­ci­a­tivo e as au­tar­quias», que de­mons­tram um sen­tido de «grande res­pon­sa­bi­li­dade», ao invés dos «vá­rios go­vernos».

Diga-se que Je­ró­nimo de Sousa re­co­nheceu o papel im­por­tan­tís­simo das co­lec­ti­vi­dades do con­celho do Seixal, mas não só, na pre­pa­ração e con­dução das di­versas com­pe­ti­ções nas mais va­ri­adas mo­da­li­dades. Elas são fun­da­men­tais para que o des­porto na Festa, pro­ta­go­ni­zado por com­pa­nheiros de todas as idades e con­di­ções so­ciais, fe­de­rados e não fe­de­rados, em termos de de­mons­tração ou com­pe­tição, atraia muito pú­blico e se salde, in­va­ri­a­vel­mente, por um êxito in­dis­cu­tível. A com­prová-lo, atente-se, por exemplo, no que os atletas dizem dos tor­neios em que par­ti­cipam e no am­bi­ente que os ro­deia. Também neste campo não há Festa como esta, não há des­porto como este.

Cam­peão eu­ropeu e bi­e­lor­russa

Um ponto alto do pro­grama des­por­tivo é, sem dú­vida, a Cor­rida da Festa, uma prova de 10 qui­ló­me­tros aberta a atletas fe­de­rados ou não de ambos os sexos. Este ano a cor­rida partiu da mar­ginal de Amora, passou pelo in­te­rior da Festa, per­correu a margem sul da Baía do Seixal, onde os atletas pu­deram des­frutar da so­berba pa­no­râ­mica que se lhes ofe­rece, e fin­daram no local da par­tida. A Ca­mi­nhada, não com­pe­ti­tiva, tri­lhou um iti­ne­rário bem mais curto, com par­tida e che­gada no mesmo local.

Foram cerca de mil os atletas e ca­mi­nhantes. O mais rá­pido da Cor­rida foi Sa­muel Freira, do Vi­tória de Se­túbal, ac­tual cam­peão na­ci­onal de corta-mato curto, que gastou 29 mi­nutos e 55 se­gundos. An­dra­lino Fur­tado, do mesmo clube, e Plá­cido Jesus, ocu­param o 2.º e 3.º lu­gares do pódio. Em par­ti­ci­pação fe­mi­nina, venceu Ksénia Bou­grova, se­guida por Fran­cisca Coimbra e Ana Re­belo.

A jovem ven­ce­dora disse-se muito con­tente com a sua vi­tória. «Estou re­al­mente muito sa­tis­feita. É a pri­meira vez que par­ti­cipo nesta prova e acho o seu per­curso muito bo­nito. Não vinha com grandes ex­pec­ta­tivas, mas correu-me bem. Agora, estou an­siosa por logo à tarde, para ver e gozar a Festa».

De­zenas de mo­da­li­dades
mi­lhares de pra­ti­cantes

A noite de sexta foi pre­en­chida pelo Sarau Gím­nico e a Gala de Dança Des­por­tiva. A de­zena e meia de grupos que evo­luiu no po­li­des­por­tivo da Festa foi for­te­mente aplau­dido. Os lu­gares sen­tados es­go­taram e muita gente teve de as­sistir de pé ao es­pec­tá­culo, belo e sur­pre­en­dente.

En­tre­tanto, o pro­grama des­por­tivo da Festa in­cluiu muitas ou­tras ac­ti­vi­dades: dança des­por­tiva, sarau gím­nico, futsal, an­debol, rugby, cor­fubol em car­reira de rodas, boccia, hó­quei em pa­tins, pa­ti­nagem ar­tís­tica, ma­tra­qui­lhos, jogos tra­di­ci­o­nais, malha, es­ca­lada, enfim, uns pe­quenos mas muito ani­mados jogos olím­picos.

O tor­neio de malha des­perta sempre muito en­tu­si­asmo. Este ano par­ti­ci­param 120 es­pe­ci­a­listas, di­vi­didos por 57 equipas. Em se­nhoras venceu o par Odete e Ana Fi­alho, do Clube Re­cre­a­tivo e Des­por­tivo das Paivas; em mas­cu­linos, An­tónio e Sil­vestre, da Costa do Sol, foi a dupla mais cer­teira.

Mais de mil jo­ga­dores terão pas­sado pelo pa­vi­lhão dos ma­tra­qui­lhos, onde havia mesas de jogos mais re­du­zidas para os mais pe­quenos. Chamou a atenção a quan­ti­dade de mu­lheres. Na ver­dade, cresceu ex­po­nen­ci­al­mente, nos úl­timos anos, o nú­mero de mu­lheres que se têm en­tregue à prá­tica deste jogo, um dos mais po­pu­lares do nosso país. No tor­neio deste ano par­ti­ci­param três equipas fe­mi­ninas, seis mistas e quatro mas­cu­linas.

O tor­neio de futsal sur­pre­endeu por uma qua­li­dade su­pe­rior, re­co­nhe­cida por todos. Os cincos do Fu­tebol Clube de Paio Pires e do D. João I, da Baixa da Ba­nheira, che­garam à final. Num jogo ar­bi­trado por Ri­cardo Paulo e Luís Galvão, juízes fe­de­rados, os jo­vens de Paio Pires ven­ceram por uns claros 6-2. «Foi um par­tida dura, in­tensa, bem dis­pu­tada, mas sem ex­cessos, com res­peito pelo fair play», co­men­taram os ár­bi­tros para o nosso jornal. João Lucas, do Paio Pires, foi con­si­de­rado o me­lhor jo­gador do tor­neio.

No tor­neio de futsal Avante Jovem, dis­pu­taram a final a equipa do Fo­gue­teiro contra a do Águias Unidas (ben­ja­mins) e a da Quinta da Prin­cesa contra a do Águias Unidas (in­fantis).

No qua­dran­gular de hó­quei em pa­tins, ace­deram à final os con­juntos do Grupo Des­por­tivo Criar-T e da As­so­ci­ação Des­por­tiva de Oeiras (ben­ja­mins) e Grupo Des­por­tivo de Se­simbra e Hó­quei Des­por­tivo de Por­timão (sub-13).

Abri­lhan­taram, também no do­mingo, a sessão exi­bi­ci­onal de pa­ti­nagem ar­tís­tica os atletas do Clube do Pes­soal da Si­rurgia Na­ci­onal, do Grupo Des­por­tivo Fa­bril e da So­ci­e­dade Fi­lar­mó­nica Re­cre­a­tiva de Alhos Ve­dros. Es­cu­sado será dizer que a ela acorreu muito pú­blico e que as fi­guras de­se­nhadas no piso do po­li­des­por­tivo da Festa foram ad­mi­radas e aplau­didas.