Organizados para construir o futuro

«Con­forme vamos es­tu­dando a his­tória da luta de classes, os acon­te­ci­mentos, as re­vo­lu­ções, en­ten­demos que sem a luta or­ga­ni­zada a mu­dança não é pos­sível.» Quem o afirma é Luiz, que conta com apenas al­guns meses de mi­li­tância. Na­tural do Rio de Ja­neiro, mudou-se para Braga em 2019.

Com 19 anos, Luiz es­tuda, ac­tu­al­mente, Ci­ência Po­lí­tica na Uni­ver­si­dade do Minho. Quando chegou a Por­tugal, ad­mite que ainda acre­di­tava em muito do que era di­tado pela «pro­pa­ganda li­beral». Foi um out­door da CDU, por oca­sião das elei­ções le­gis­la­tivas de 2019, que o fez des­co­brir o PCP. Desde então, e até ao mo­mento em que pre­en­cheu a ficha de ins­crição, conta que foi um pro­cesso gra­dual que o trouxe ao Par­tido. Com al­guma pes­quisa sobre o PCP, a sua his­tória e ide­o­logia na ba­gagem, apro­veitou o con­vite de uma co­lega de fa­cul­dade, também ela mi­li­tante co­mu­nista, para aderir. «Já es­tava a pensar nisso, mas com um con­vite apro­veitei a opor­tu­ni­dade para me ins­crever e en­trar na luta», men­ciona. Nas elei­ções de 2022 já par­ti­ci­pava em co­mí­cios, no final de Ja­neiro es­tava ins­crito na JCP e em Março ins­crevia-se no Par­tido.

O jovem con­fi­dencia que sentiu muitas di­fi­cul­dades de aco­lhi­mento quando chegou a Por­tugal: «Que­rendo ou não, quando somos imi­grantes em algum país, aca­bamos por ter al­guns pro­blemas que de­pendem de coisas como o di­nheiro de que dis­pomos ou a cor da nossa pele. Notas que acabas por ser tra­tado de forma di­fe­rente.» No en­tanto, com os co­mu­nistas não foi assim. Desde Ja­neiro que ao lutar por aquilo em que acre­dita, Luiz já ci­mentou vá­rias re­la­ções de ca­ma­ra­dagem e ami­zade: «Tudo o que me foi ne­gado desde que me mudei para cá, re­cebi de sobra no Par­tido. Sentia-me es­tranho por não per­tencer a este lugar e agora posso dizer que, em con­junto com os ou­tros ca­ma­radas e com todo o tra­balho que fa­zemos, me sinto em casa», afirma.

Olga, li­gei­ra­mente mais jovem, também é na­tural do Brasil. Ao con­trário de Luiz, esta es­tu­dante do En­sino Se­cun­dário, também em Braga, re­vela que a von­tade de se or­ga­nizar já a acom­pa­nhava quando chegou a Por­tugal, em 2019. Os seus pais, de es­querda, desde cedo que cul­ti­varam, em Olga e no seu irmão, um pen­sa­mento po­lí­tico muito crí­tico.

A jovem começou a con­si­derar o so­ci­a­lismo e o co­mu­nismo como as únicas al­ter­na­tivas viáveis desde a eleição do ac­tual pre­si­dente bra­si­leiro. Co­meçou a pro­curar mais con­teúdo de es­querda e, en­tre­tanto, de­pois de se mudar para Por­tugal, co­nheceu o PCP. Na sua turma, per­cebeu que tinha um co­lega da JCP, con­versou com ele, foi con­vi­dada para um con­vívio no Centro de Tra­balho de Braga e ins­creveu-se. «Acho que foi mais um pro­cesso gra­dual do que um mo­mento em es­pe­cí­fico que me fez per­ceber a ne­ces­si­dade de me or­ga­nizar e fazer al­guma coisa», afirma Olga.

«Quando co­me­çamos a ter con­tacto com o mar­xismo-le­ni­nismo en­quanto te­oria po­lí­tica, co­me­çamos a pensar como é que um par­tido deve estar or­ga­ni­zado, como é que as coisas devem ser feitas, como é que o tra­balho de base pode ser re­a­li­zado. Quando en­trei para o Par­tido é que vi re­al­mente como é, como é que as pes­soas dis­cutem, como é que se fazem reu­niões de co­lec­tivo, como é que se cons­trói a luta», re­flecte sobre a im­por­tância da in­ter­venção con­creta.

«Per­cebi o que sig­ni­fica a ca­ma­ra­dagem e a fra­ter­ni­dade entre mi­li­tantes», acres­centa.



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