Revolta fez-se greve forte nas cantinas e refeitórios

A Ahresp e as empresas concessionárias responderam às justas reivindicações dos trabalhadores com a explícita intenção de retirada de direitos e recusaram iniciar negociações com os sindicatos.

Os patrões querem agravar ainda mais a exploração neste sector

Durante a greve nacional de anteontem, dia 28, que teve forte adesão, muitos trabalhadores de cantinas, refeitórios, fábricas de refeições, áreas de serviço e bares concessionados levaram os motivos do protesto para as ruas, concentrando-se junto da sede da associação patronal, em Lisboa, e das suas delegações no Porto e em Coimbra.

São dirigidas aos patrões das empresas, num sector que continua a crescer, as principais reivindicações colocadas pela Fesaht/CGTP-IN e pelos seus sindicatos da Hotelaria do Norte, do Centro, do Sul, do Algarve, da Madeira e dos Açores, e expressas na moção aprovada nas concentrações e entregue à Ahresp.

No documento, perante a generalizada prática de baixos salários, agravados por elevados índices de precariedade e de trabalho a tempo parcial, exige-se o cumprimento da contratação colectiva e a negociação imediata da sua revisão anual, com manutenção dos direitos, aumentos salariais «justos e dignos» e valorização das carreiras profissionais.

Com a descentralização de competências da Administração Central, ocorrem situações de «ilegalidade e de ausência de responsabilidade social» e «alguns municípios descartam-se de quem tem dado o seu melhor, há dezenas de anos, ao serviço da prestação de alimentação nos refeitórios escolares, lançando-os no desemprego».

Na moção, a par de estabilidade no emprego e fim da precariedade, exige-se «garantia do emprego por parte das câmaras municipais, na reversão da exploração do serviço de refeições das cantinas escolares».

Desde já, os sindicatos ficaram mandatados para convocarem novas formas de luta, caso não haja uma resposta positiva às reivindicações.

Dando nota de uma forte adesão à greve em todo o País, os sindicatos destacaram o efeito no encerramento de muitas cantinas escolares. Por exemplo, no Norte, num balanço feito às 10 horas, registava-se o fecho de 135 cantinas escolares e «adesões significativas em cantinas dos hospitais, centros de formação profissional e fábricas industriais, também com encerramento de algumas delas».

Em Portalegre, as trabalhadoras da cantina, do bar e do refeitório do Hospital Dr. José Maria Grande (concessionados à Uniself) fizeram greve e reuniram-se no exterior daquela unidade de saúde.

Em Coimbra, além da concentração na Ahresp, realizou-se também um protesto junto dos Paços do Concelho, assim realçando a necessidade de acabar com a «enorme precariedade que se vive nos refeitórios escolares» e de «melhorar as condições de trabalho nas cantinas escolares».

 



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