Responder com militância à ofensiva que priva sonhos

Ana tem 41 anos, tra­balha numa Ins­ti­tuição Par­ti­cular de So­li­da­ri­e­dade So­cial (IPSS) mas não na função para a qual ob­teve re­cen­te­mente for­mação. Há 15 anos na mesma em­presa, pre­tendia evo­luir pro­fis­si­o­nal­mente com a con­clusão do curso de Ani­mação Sócio-Cul­tural, mas tal ainda não se con­cre­tizou. De resto, esta é a se­gunda vez que vê go­radas as ex­pec­ta­tivas que jus­ta­mente aca­lentam todos os que se de­dicam a con­cluir for­mação es­pe­cí­fica ou su­pe­rior. No seu caso, tinha já ob­tido ha­bi­li­ta­ções aca­dé­micas na área da mas­sagem des­por­tiva. Chegou a exercer em clí­nicas e clubes, mas a ins­ta­bi­li­dade dos vín­culos e das re­mu­ne­ra­ções, obrigou-a a mudar de vida. Não podia cons­ti­tuir fa­mília com tanta pre­ca­ri­e­dade.

Ana teve con­tacto com a JCP en­quanto es­tu­dante. Par­ti­cipou inú­meras vezes em ac­ções de luta uni­tá­rias, nas co­me­mo­ra­ções do 25 de Abril e do 1.º de Maio e nal­gumas ini­ci­a­tivas do Par­tido, quer em Vila Franca de Xira, quer num âm­bito mais alar­gado. «Sempre fui co­mu­nista», ga­rante. «Há cerca de dois anos, vendo que isto está cada vez pior, de­cidi fazer algo mais», pre­cisa.

O facto da fa­mília do com­pa­nheiro de Ana ter vín­culo mi­li­tante ao PCP, bem como o seu pai, ajudou a re­forçar a con­vicção de que es­tava na hora de tomar Par­tido. Mas Ana as­sumiu por suas mãos a de­cisão e ini­ci­a­tiva de con­tactar o grande co­lec­tivo co­mu­nista.

Feita a pri­meira di­li­gência, foi con­tac­tada pela con­ce­lhia de Vila Franca de Xira. Hoje, está or­ga­ni­zada no sector em­presas, é membro da di­recção local e tem ainda ta­refas na pre­pa­ração e fun­ci­o­na­mento da Festa do Avante!. Ma­ni­festa-se feliz por ter con­cre­ti­zado o seu vín­culo de sempre ao ideal co­mu­nista. Sa­tis­fação re­for­çada pelo facto de ter re­do­brado a con­vicção de que, no PCP, a fra­ter­ni­dade, a en­tre­a­juda, a uni­dade, não são pa­la­vras vãs. E de que vale a pena mi­litar mesmo que o con­texto seja de ataque ao Par­tido.

Quem também res­pondeu à ofen­siva do ca­pital com mi­li­tância foi Fi­lipe. Também ele es­tudou des­porto na fa­cul­dade e ali con­tactou, pela pri­meira vez, com o PCP, através de um co­lega. Já lá vão mais de dez anos. Dis­cutiu ideias e leu, foi acom­pa­nhando a ac­tu­a­li­dade po­lí­tica com cres­cente pro­xi­mi­dade e in­te­resse, par­ti­cipou em ma­ni­fes­ta­ções. «Ele nunca me propôs a mi­li­tância. So­mente me ouvia, acom­pa­nhava e es­cla­recia. Mos­trava-me as po­si­ções do Par­tido».

A se­mente ficou neste ma­dei­rense que, na sua terra natal, não tinha tido con­tacto re­gular com par­tidos, ex­cep­tu­ando aquele im­posto por quem está no poder na ilha e julga ter o poder todo. Há cerca de um ano, em Torres Novas, onde tra­balha num res­tau­rante e treina cri­anças, de­cidiu ins­crever-se no PCP. «O ataque a pre­texto da guerra, o agra­va­mento das in­jus­tiças e das de­si­gual­dades, mo­ti­varam-me a ser membro do Par­tido», con­fessa.

«Estou e es­tarei sempre dis­po­nível para o Par­tido», afirma Fi­lipe, que na con­ce­lhia de Torres Novas é res­pon­sável por uma or­ga­ni­zação fre­guesia e pelo tra­balho em de­fesa da paz.

 



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