Maioria dos franceses rejeita a «pior das leis»
Em França, a Confederação Geral do Trabalho (CGT) apelou à continuação dos protestos contra a reforma das pensões, que já foi validada e promulgada, e convocou para hoje, 20, e para o dia 28, novas mobilizações populares.
O anúncio segue-se às declarações feitas pela secretária-geral da CGT, Sophie Binet, que assegurou que a batalha continuará, mesmo após o Conselho Constitucional ter validado o essencial da lei que inclui a extensão da idade de reforma de 62 para 64 anos, a questão que maior rejeição gerou.
O objectivo das novas manifestações é levar a cabo protestos e paralisações para fazer retroceder o governo, num conjunto de mobilizações até ao 1.º de Maio, Dia Internacional dos Trabalhadores. «No dia 20 [hoje] centraremos os protestos nas reformas dos trabalhadores e no dia 28 no tema das mortes no trabalho», precisou.
Desde 19 de Janeiro, os sindicatos levaram a cabo inúmeras acções de protesto, nomeadamente 12 jornadas de manifestações e greves por toda a França, com milhões de pessoas a sair às ruas para rechaçar o agravamento das condições de reforma dos trabalhadores
O presidente Emmanuel Macron promulgou no dia 15 a reforma das pensões, muito mais depressa do que o esperado – tinha um prazo de duas semanas para o fazer –, ignorando o pedido da Intersindical para não pôr em vigor a contestada legislação.
Na véspera, a decisão do Conselho Constitucional provocou novos protestos populares. O secretário nacional do Partido Comunista Francês, Fabien Roussel, que já tinha qualificado o projecto governamental de reforma das pensões como a «a pior das leis», lamentou a sua validação. Ao l’Humanité, disse que a prioridade das forças que se opõem à reforma é de novo «sair à rua» e fazer um 1.º de Maio «poderoso», havendo antes disso outras mobilizações, «pacíficas e determinadas».