Na Alemanha luta-se por aumentos dignos

Na Alemanha, trabalhadores dos serviços públicos e do sector dos transportes exigem aumentos salariais justos para combater a inflação e a quebra dos salários reais.

A greve foi das maiores dos últimos 30 anos na Alemanha

Os sindicatos Ver.di, dos trabalhadores do sector público, e EVG, dos ferroviários e outros trabalhadores dos transportes, participam actualmente em mais uma ronda de negociações com empresas do sector público. O Ver.di propõe um aumento de 10,5 por cento, de pelo menos 500 euros por mês, para quase dois milhões e meio de trabalhadores do sector público, e o EVG exige uma subida salarial de 12 por cento ao longo de um ano, no mínimo de 650 euros mensais. Aumentos de cinco por cento durante 27 meses e bónus de 2500 euros num único pagamento, «oferecidos» pelas entidades patronais, foram rejeitados pelos sindicalistas.

Os trabalhadores reivindicam há mais de um ano aumentos salariais para fazer face à subida do custo de vida, numa luta que é apoiada pela maioria (55 por cento) dos alemães, segundo uma pesquisa de opinião recente. Os sindicatos alegam que, apesar da gravidade da situação, o governo federal, liderado pelo chanceler Olaf Scholz, dá prioridade aos esforços de guerra na Ucrânia, em vez de atender às justas exigências dos trabalhadores.

Apoiando as suas revindicações, e depois de várias paralisações de menor dimensão, o Ver.di e o EVG convocaram uma «greve de advertência» de 24 horas, no dia 27 de Março, coincidindo com o início da terceira ronda de negociações salariais.

A greve, com grande adesão e considerada uma das maiores nos últimos 30 anos na Alemanha, paralisou praticamente o país, com comboios, metro, autocarros, aviões e embarcações sem operar.




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