ABIC contesta o fim do Ministério da Ciência

A Associação dos Bolseiros de Investigação Científica (ABIC) manifestou «grande apreensão» com a composição do novo Governo, em particular a fusão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior com o Ministério da Educação.

«Total ausência de acesso e progressão na carreira científica»

«Para lá da complexidade dos assuntos que ambos os ministérios abarcam, o sinal político de desvalorização destas áreas ao juntá-las numa tutela é inquestionável», afirma a ABIC, em comunicado de 30 de Março.

A Associação lembra que os últimos governos PS «não resolveram os problemas dos trabalhadores científicos e da ciência» e, para os resolver, o Governo PSD/CDS, que entra agora em funções, «não pode desprezar o efeito do Estatuto Bolseiro de Investigação (EBI) sobre a realidade laboral existente na ciência e no Ensino Superior». «Uma normalização da precariedade e de falta de direitos sociais e laborais que trespassa várias camadas profissionais e não acabará enquanto o EBI não terminar e todos os contratos de bolsa forem substituídos por contratos de trabalho», aponta a ABIC, para quem «urge pôr fim à situação de precariedade em que trabalham 90 por cento dos investigadores, aos custos elevadíssimos com taxas, emolumentos e propinas, à falta de acesso a subsídios de desemprego, de doença e de parentalidade, à ausência de subsídios de férias, de Natal e de refeição, à total ausência de acesso e progressão na carreira científica, ao financiamento público de empresas privadas com a máscara da inovação e integração de doutorados em empresas, à desvalorização da ciência fundamental e à visão mercantilista da investigação científica».

 

Ataque ao Ensino de Abril

Para a JCP, a «fusão» dos ministérios «tem um particular significado negativo», visando «reduzir gastos e atacar os serviços públicos, mercantilizar o ensino, desresponsabilizar o Estado da sua tarefa constitucional de garantir o ensino aos jovens, aprofundar o caminho de elitização da educação e atacar o Ensino de Abril».

«De nada servirá um Ministério da Juventude se a política não apontar ao fim dos exames nacionais, ao fim da propina, à construção de alojamento público, ao combate à precariedade, ao aumento dos salários dos jovens, a assegurar o direito à habitação», consideram os jovens comunistas, que prometem «resistência» desde o primeiro momento à política de direita.



Mais artigos de: Nacional

Jerónimo de Sousa apela à defesa da CRP

A convite da Câmara de Barcelos, Jerónimo de Sousa, do Comité Central do PCP, participou, anteontem, 2, na Conferência «48 anos da Constituição da República Portuguesa» (CRP). Na intervenção que proferiu no Salão Nobre dos Paços do Concelho, recordou que «o texto constitucional que hoje temos não corresponde ao que foi...

Porta a Porta pede esclarecimentos a Miguel Pinto Luz

O Porta a Porta, Movimento de defesa do direito à habitação, questiona o novo ministro das Infra-Estruturas e da Habitação, Miguel Pinto Luz, se «está disponível para revogar o Novo Regime do Arrendamento Urbano», e, com isso, «intervir» no «sentido da regulação do mercado de arrendamento» e...

Associação solicita intervenção do Tribunal de Contas

A «Associação Cívica As Pessoas Primeiro – Organização Não Governamental», constituída por iniciativa dos subscritores e apoiantes da Plataforma Cívica Aeroporto BA6-Montijo Não, decidiu solicitar ao Tribunal de Contas um pedido de esclarecimentos, decorrente da recente auditoria levada a cabo pelo Tribunal de Contas...

Trabalhar em prol de Setúbal

A Câmara de Setúbal aprovou, a 27 de Março, em reunião pública, a atribuição de um conjunto de apoios ao movimento associativo, no valor global de mais de 300 mil euros, para a melhoria de instalações e ampliação de actividades. Estes subsídios municipais, concedidos no âmbito do Regulamento de Apoio ao Movimento...

Acções pela Palestina

Neste sábado, 6, às 15h00, em frente à Embaixada de Israel, Lisboa, irá realizar-se uma manifestação de solidariedade com a Palestina e pela paz no Médio Oriente, organizada pelo MPPM, CPPC, CGTP-IN e Projecto Ruído. Numa denúncia do «horror israelita contra o povo palestiniano», com bombardeamentos, ataques, fome,...