Abril está vivo no coração do povo

João Dias Coelho (Membro da Comissão Política)

O PCP cá está, como sempre esteve, com os trabalhadores e o povo

Os protagonistas da política de direita – PSD, CDS, Chega, IL – andam aí, agem como abutres, fingindo que estão uns contra os outros, mas vão convergindo no mesmo sentido – e o PS concorre para o folclore. Utilizando frases feitas para mais facilmente enganarem o povo, usando os seus comentadores de serviço, pairando no ar, esperam para dar a bicada final e o PS, usando o epíteto de esquerda como interessa ao capital, lá vai facilitando o desenvolvimento da política de direita.

Todos convergem no desejo – que tem tantos anos como a história da luta do movimento operário e que vai historicamente desde a direita à social-democracia – de liquidação do PCP, sempre com o objectivo de manter e aumentar a exploração, procurar limitar e condicionar a luta dos trabalhadores. Mas o PCP – o partido da resistência antifascista, obreiro da Revolução de Abril e da resistência à contra-revolução – continua cá, preparado para a luta por melhores condições de vida, por um Portugal com futuro.

Os poderosos desfiles populares do 25 Abril e as grandes manifestações do 1.º de Maio são a demonstração clara de que os trabalhadores, os reformados e pensionistas, as classes e camadas antimonopolistas, recusam o regresso ao passado obscurantista, afirmando que Abril os seus valores inscritos na Constituição, de liberdade e democracia política, económica, social e cultural, estão vivos e são o futuro.

Eles não desistiram nem desistem, porque sabem que só há capitalismo porque há exploração de quem trabalha e, por isso, escondem a sua verdadeira natureza de classe, jogando mão de tudo, mentindo descaradamente para condicionar a luta dos trabalhadores e dos povos e destruir a força política organizada da classe operária, dos trabalhadores das classes e camadas antimonopolistas – o PCP – para prosseguirem a exploração.

O capitalismo – formação económica dominante e, por isso, ideologia dominante erigida como ideologia do Estado à escala mundial –, dispondo de um enorme arsenal de meios ideológicos, alimentando-se e alimentando a fome, a miséria e a guerra, procura impor um pensamento único, mas as suas contradições são insanáveis. A ficção construída meticulosamente pelos centros difusores da ideologia dominante, tendo os seus efeitos, esbarra entretanto com a realidade. Uma realidade que exige que, pela via da luta e de acção política do PCP, se exponha as contradições do sistema, elevando a consciência social e transformando-a em consciência política.

Há quem lute e resista
O mundo caminha numa estrada cheia de perigos. O sistema dominante não hesita em recorrer à guerra e ao genocídio. Mas contra a vontade dos centros do imperialismo, há milhares de homens e mulheres que lutam em todo o mundo pela paz, a liberdade, a democracia, a igualdade, a justiça social, a soberania e a independência nacionais.

É certo que a perda de força institucional do PCP na AR não beneficia os trabalhadores e o povo, mas certo é também que as forças que agem contra os valores de Abril encontram pela frente a firme resistência dos trabalhadores e do seu Partido de classe, o PCP, que não desiste e resiste e luta pela concretização dos valores de Abril.

Força de Abril, o PCP, para desassossego dos que o querem destruir, cá está, como sempre esteve, ligado aos trabalhadores e ao povo, lutando por uma vida melhor e contra as injustiças.

Virar a página não é uma tarefa fácil, mas como a Revolução de Abril e o próprio processo de resistência à contra-revolução demonstram, dificuldade não é impossibilidade.

Fortalecer o Partido é dar mais força à luta pela paz, o pão, a saúde, a educação, a habitação. É assegurar um futuro com mais justiça social aos nossos filhos.

Com a força e a luta do povo o futuro constrói-se hoje!

 



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