PCP avança na mobilização para uma vida melhor
Em mais uma acção da campanha «Aumentar salários e pensões, para uma vida melhor», o Secretário-Geral do PCP contactou, sexta-feira, 8, com os trabalhadores do sector operacional da Câmara Municipal do Seixal.
Pelo aumento dos salários e pensões
Também ali se recolheram assinaturas para um abaixo-assinado dirigido ao primeiro-ministro, dando-lhe conta de que «os trabalhadores, os pensionistas, os jovens, o povo, confrontam-se com grandes dificuldades nas suas vidas». «Os salários e pensões são baixos (dos mais baixos da UE) e não acompanham os preços dos alimentos, dos combustíveis, da habitação. Os serviços públicos degradam-se e a vida de cada um é difícil», denuncia o texto, acrescentando: «as opções do Governo pelos interesses e pelos lucros escandalosos dos grupos económicos significam incerteza na vida de quem trabalha ou trabalhou».
Além da recolha de assinaturas, é distribuído um documento onde o PCP afirma que «é preciso romper com este caminho» e «uma alternativa patriótica e de esquerda», propondo a valorização do trabalho e dos trabalhadores; o aumento geral dos salários e das pensões, que melhore o poder de compra; valorização das carreiras e profissões; direito à habitação, com a redução dos seus custos e o aumento da oferta pública; defesa e melhoria dos serviços públicos, em particular o Serviço Nacional de Saúde e a Escola Pública; creche e pré-escolar gratuitos para todas as crianças, numa rede pública». Quem ainda não assinou o abaixo-assinado pode fazê-lo preenchendo o formulário em pcp.pt/queroassinar, sendo mais tarde contactado para o poder fazer.
Ligado aos problemas das pessoas
Como salientou Paulo Raimundo, estas «são questões fundamentais» e é por isso que «com muita facilidade as pessoas participam, ouvem, falam e subscrevem o nosso abaixo-assinado», até porque «está profundamente ligado aos seus problemas», a que o Orçamento do Estado para 2025 «não dá resposta a vários níveis». Deu como exemplo a estagnação salarial e a falta de perspectiva nas carreiras da Administração Local e Pública, e criticou os pedidos de autorização legislativa do Executivo PSD/CDS para alterar vários artigos da Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas, fazendo o que «quiser» com as «férias, o direito à greve e as baixas médicas» destes trabalhadores.
O Secretário-Geral do PCP também não concorda com o «travão» nas contratações na Administração Pública, tendo em conta a situação nos centros de saúde e hospitais, nas escolas e nas forças de segurança. «É uma opção errada que procura responder à exigência da União Europeia de contenção e desmantelamento dos serviços públicos para os entregar ao sector privado. Demos, damos e daremos combate a isso», assegurou o dirigente comunista.
Interrogado pelos jornalistas, Paulo Raimundo responsabilizou o Governo pela crise no Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM). «Enquanto não se aumentar salários, não se valorizar as carreiras, não se dignificar as profissões, não se respeitar quem trabalha, não vamos sair desta situação tremenda de falta de profissionais», acentuou.
As empresas aguentam um aumento geral dos salários?
Em geral, sim! O peso dos salários nos custos totais das empresas é, em média, de 15 por cento no caso das grandes e de 18 por cento nas pequenas e médias empresas.
Não é preciso aumentar primeiro a produtividade e depois aumentar salários?
Na verdade, a produtividade tem aumentado sem que os salários acompanhem esse ritmo. Esses aumentos de produtividade têm ficado sempre no bolso dos patrões, em vez da riqueza criada ser melhor distribuída por quem a produz.