Responder aos problemas da saúde na ULS Oeste
O PCP realizou, recentemente,um conjunto de iniciativas em defesa do SNS onde foram exigidas respostas para os problemas nos cuidados de saúde primários e hospitalares do Oeste. Realizou-se uma reunião com o conselho de administração da Unidade Local de Saúde da região e uma audição pública nas Caldas da Rainha.
É preciso capacitar o SNS para responder às necessidades da população
LUSA
O conjunto de iniciativas realizou-se no dia 15 e abrangem os vários concelhos que integram a Unidade de Saúde Local (ULS) do Oeste (que compreende, para além de diversos concelhos do distrito de Lisboa, os concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Bombarral e Peniche).
No encontro com o conselho de administração da ULS do Oeste, ficou patente a realidade com que se debatem todos os dias os profissionais de saúde, mas também a falta de médicos de família de quase metade dos utentes da região (o que obriga à contratação de médicos a empresas prestadoras de serviços), a falta de equipamentos para realizar exames e a falta de condições das instalações. Por sua vez, os dirigentes comunistas reafirmaram a necessidade da construção do novo Hospital do Oeste, com dimensões e capacidade que permitam responder às necessidades da população, e a sua articulação com a melhoria e adaptação das instalações hospitalares já existentes.
O PCP denunciou igualmente a ausência de qualquer verba na proposta do Governo do Orçamento do Estado para 2025 para iniciar este processo de construção.
A delegação do Partido foi composta por Filipe Rodrigues da Direcção da Organização Regional de Leiria, e os membros do Comité Central Luís Caixeiro e Bernardino Soares.
Na tarde do mesmo dia, na Sala da União de Freguesias de Caldas da Rainha, realizou-se uma audição pública sob o lema Defender o SNS – Melhorar os cuidados de saúde na Região Oeste, tendo sido reclamado o urgente reforço da prestação de cuidados de saúde primários e reafirmada a necessidade de construir o Hospital do Oeste, como aliás, por proposta do PCP, foi aprovado, no mês de Julho, na Assembleia da República.
Capacitação da ULS do Alto Minho
No dia 25, a Direcção da Organização Regional de Viana do Castelo (DORVIC) do PCP tomou posição quanto às alterações nas regras de atendimento nos serviços de urgência no distrito. Em nota de imprensa, a direcção regional do Partido salientou que não existe solução definitiva para as dificuldades do SNS e da ULS do Alto Minho, em particular nos serviços de urgência, que não passe pela contratação e fixação de profissionais de saúde e o reforço de meios e infra-estruturas.
Para o organismo comunista, não obstante a necessária educação para a saúde e a utilização de meios tecnológicos para uma melhor gestão dos serviços, a realidade do distrito – tanto na dimensão do envelhecimento como da dispersão populacional – «exige um serviço de urgência plenamente disponível à população» que «nunca penalize os próprios utentes», afirma a DORVIC.
«Por oposição à opção de contenção e centralização de respostas e serviços, o PCP defende o investimento e a capacitação da rede de cuidados de saúde primários em todo o território, capaz de aliviar a pressão nos próprios hospitais», lê-se na nota.
Dando cumprimento ao objectivo de defesa do SNS no distrito, no âmbito da discussão do Orçamento do Estado para 2025, o PCP apresentou a proposta de um plano de capacitação da ULS do Alto Minho que prevê a reabertura dos serviços de atendimento permanente nos diversos concelhos do distrito, a internalização do serviço de radiologia e a criação do serviço de radioterapia.
ULS não é solução em Ovar
A Comissão Concelhia de Ovar do PCP apontou que – tal como tinha denunciado em Outubro de 2023 – a aplicação do modelo de ULS em Ovar, apenas iria agravar os problemas de acesso aos cuidados de saúde primários no concelho, colocando em causa o correcto funcionamento e desenvolvimento do Hospital de Ovar.
Nessa mesma altura, recorda o organismo comunista, PS, PSD, CDS-PP, Movimento 2030 e outras forças emergentes no panorama político concelhio, «com manobras que apenas visaram iludir a população», colocaram o ónus da questão na integração dos cuidados de saúde de Ovar na ULS de entre Douro e Vouga.
«O que assistimos agora, tal como já tínhamos alertado, é o esvaziamento dos serviços, a desmarcação de consultas sem reagendamento, rescisões com prestadores de serviços, deslocalização de serviços e dos seus profissionais como é o caso da Unidade de Hospitalização Domiciliária», afirma a organização concelhia. Verifica-se ainda a deslocalização de trabalhadores administrativos e outros profissionais para o Hospital de Santa Maria da Feira (muitas vezes sem garantias de condições laborais equivalentes).