Moradores da Cova da Moura exigem uma vida melhor

O Secretário-Geral do PCP encabeçou uma delegação do Partido que, na quinta-feira, visitou o bairro da Cova da Moura, na Amadora, e onde se destacou como proposta fundamental a sua legalização e requalificação.

É necessário legalizar-se e requalificar-se o bairro da Cova da Moura

O percurso começou na sede da Associação de Moradores do Bairro do Alto Cova da Moura, onde dirigentes da estrutura receberam a delegação comunista, composta, além do Secretário-Geral, por Ricardo Costa, da Comissão Política, João Pimenta Lopes, candidato da CDU à Câmara Municipal da Amadora, António Borges, vereador nesta autarquia, Jakilson Pereira, dirigente da Associação Cultural Moinho da Juventude, Deolinda Santos, da DORL, António Ferreira, do Executivo da Comissão Concelhia da Amadora, e Anabela Rodrigues, da Comissão Concelhia.

Neste espaço, é clara a ligação e o contacto entre a associação e os moradores que representa, desde a existência de horários semanais para o atendimento da população, propostas de requalificação dos arruamentos, e mapas e uma maqueta de cartão do bairro.

No encontro, foi destacada, pela associação de moradores, a colaboração e abertura do PCP em discutir os problemas específicos do bairro, que são muitos e complexos. A legalização e requalificação da Cova da Moura, a necessidade de mais trabalhadores em áreas como a limpeza urbana ou a urgência do alcatroamento das ruas foram algumas das muitas reivindicações da população local levantadas pela associação.

Muitos destes problemas, referiu a associação, poderiam ter solução houvesse uma verdadeira vontade política de sucessivos governos, bem como do executivo camarário, actualmente sob gestão do PS, que, afirmou, muitas vezes não os resolve sob a justificação de que o bairro é clandestino.

Da parte do PCP, além de ter sido dado destaque a uma proposta recentemente apresentada na Assembleia da República para a expropriação dos terrenos do bairro, foi valorizada a capacidade de resistência dos moradores, bem como a sua capacidade de auto-organização, de que a associação de moradores ou o Moinho da Juventude são exemplos concretos.

No encontro, sublinhou-se uma ideia fundamental: os moradores do bairro da Cova da Moura lutam para viver bem, para viver o melhor possível, e para ter paz. Nessa luta, frisou Paulo Raimundo e toda a delegação comunista, podem contar com o PCP.

Viver com dignidade
Após a reunião, a delegação do PCP, acompanhada pelos dirigentes da associação de moradores, percorreu as ruas do bairro, contactando com as pessoas que lá vivem e com pequenos comerciantes.

Nestes contactos (assim como na reunião), o Partido sublinhou, em animadas conversas e distribuição de um panfleto específico, que o que se exige na Cova da Moura não é, em muitos casos, diferente do que se exige para todas as outras comunidades – a garantia do direito ao trabalho com direitos, a melhores salários, à habitação, à saúde, à educação, à cultura, ao desporto. O direito a ter uma vida melhor, que se possa viver com dignidade.

Com o sol já a pôr-se, mas ainda com muitas pessoas nas ruas, a delegação do PCP pôde observar aquilo que já sabia, mas que a comunicação social dominante, ao serviço dos grandes interesses, insiste em não mostrar – que esta é uma comunidade constituída, maioritariamente, por trabalhadores que desempenham um importante papel na sociedade portuguesa, e que lutam diariamente por uma vida melhor, incompatível com a situação de degradação em que se encontra o bairro, em dimensões como as infra-estruturas ou a higiene urbana.

Legalização e requalificação
É necessário legalizar-se e requalificar-se o bairro da Cova da Moura. Quem o afirmou foi não só o Secretário-Geral e demais elementos da delegação do Partido, mas, também, a associação de moradores e as pessoas que lá vivem.

Como elemento fundamental nesse processo – necessário à melhoria das condições de vida da população –, sublinhou Paulo Raimundo, está a alteração da propriedade dos terrenos onde o bairro está instalado (actualmente na posse de três entidades), procedendo-se à sua expropriação.

Apenas com a passagem dos terrenos para plena propriedade pública se poderá iniciar um processo de planeamento urbano (com a elaboração de um plano de pormenor) que, construído com a participação das associações representativas da população, resulte na requalificação do bairro.

Esse era, referiu o dirigente comunista, o sentido da proposta que o PCP apresentou no início de Novembro, de aditamento ao Orçamento do Estado para 2025, que previa a dotação de 25 milhões de euros para o processo de expropriação, através do IHRU.

Infelizmente, como também fez questão de afirmar, esta proposta contou com os «votos contra dos mesmos de sempre» - PSD, CDS, CH e IL –, bem como com a abstenção do PS.

Mas, tal como destacou, a «luta pela legalização do bairro e das suas casas» não parou, e o PCP continuará a associar-se a este combate, em defesa de uma vida melhor para todos.

 



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