Greve na Argentina contra neoliberalismo

As três principais centrais sindicais argentinas promoveram no dia 10, em Buenos Aires, uma participada greve geral contra as políticas neoliberais do governo de extrema-direita de Milei.

Trabalhadores argentinos em luta contra políticas neoliberais do governo de Milei


Esta foi a terceira greve geral convocada pelas maiores organizações sindicais da Argentina durante o mandato do presidente Javier Milei, de extrema-direita. As duas primeiras tiveram lugar em 24 de Janeiro e 9 de Maio do ano passado.

Na véspera desta paralisação, a mais participada das três, milhares de trabalhadores, convocados pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), a Central de Trabalhadores da Argentina (CTA) e a CTA-Autónoma, juntaram-se a reformados e membros de organizações sociais na sua manifestação semanal junto do Congresso.

A jornada de luta decorreu num contexto marcado pelo despedimento de milhares de trabalhadores, a continuação de fortes cortes no orçamento do Estado, a interrupção de obras públicas, o agravamento da pobreza, a repressão sobre manifestantes e a negociação pelo governo de novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Em consequência da greve, não houve circulação de comboios e metro e foram cancelados centenas de voos. Nos hospitais funcionaram só os serviços essenciais, as escolas públicas e os bancos não abriram.

A CGT, num comunicado, precisou que a greve foi organizada para denunciar uma «desigualdade social intolerável» e exigir a atenção do governo para as reclamações dos trabalhadores, melhores salários e reformas e uma vida digna para todos.

«Estamos face a um governo insensível perante os problemas das pessoas, que executa actos de repressão selvagem e injustificada, viola permanentemente os acordos institucionais, subfinancia a educação e a saúde, abandona a obra pública, manifesta desprezo pelas minorias, corta pensões dos reformados e impõe limites à negociação colectiva», acusa a CGT. E exige o aumento dos salários e pensões de reforma, o termo das acções para impedir o protesto social, o aumento do orçamento do Estado para o ensino e o sistema de saúde, o fim dos despedimentos e o fortalecimento da indústria nacional.

Os sindicatos rejeitam a privatização do banco nacional, das linhas aéreas argentinas e de todas as empresas públicas ameaçadas. Reivindicam uma política externa convergente com os interesses nacionais, a defesa irrestrita do território e a reivindicação da soberania da Argentina sobre as Ilhas Malvinas. E repudiam todo o alinhamento automático com políticas e decisões externas, incluindo os condicionamentos neoliberais impostos pelo FMI.

 



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